Qual a sua opinião sobre a privatização da TAP? Deixo-o com algumas opiniões e factos que o podem ajudar a formar a sua.
Em baixo poderão ler alguns exemplos de gestão danosa, na TAP, que lesaram a empresa, os trabalhadores e o país. Mas o mais grave, é que após a leitura dos dados abaixo expostos, ficamos ainda mais cientes da nossa impotência como cidadãos, incapazes de travar as injustiças, os crimes e os criminosos.
E é perante essa impotência e impunidade que devemos analisar e perceber a privatização da TAP.
Esta é a minha opinião baseada nos dados fornecidos em baixo, e tendo em conta o país corrupto em que vivemos e vamos continuar a viver, já que as sondagens das intenções de voto, assim o indicam.
Seja por gestão danosa, por incompetência, ou seja pelo que for, o Grupo TAP dá prejuízo, é um facto. A única maneira de evitar que ela seja gerida de forma danosa e evitar que dê prejuízo, talvez seja privatiza-la. Porque é também um facto que as empresas privadas, procuram maximizar o lucro, têm incentivo em cortar custos, tentam ser mais eficientes e
não compram empresas falidas, como se fez na TAP, que comprou a Portugália falida, a peso de ouro, 140 milhões (do grupo GES) e a VEM (Empresa de manutenção da falida Varig, sediada no Brasil que já custou 500 milhões).
Os próprios funcionários da TAP, reconhecem que a empresa já está a ser "injusta" para os trabalhadores mas ainda não foi privatizada? Então eles querem travar a privatização para proteger quem se actualmente já:
-Não se protegem os interesses dos trabalhadores,
-Não se protege o interesse nacional
-Não se protege o interesse da empresa
-Não se protege o interesse dos passageiros,
-Não se protegem os postos de trabalho
Reconhecem portanto que a TAP está já caótica, vulnerável a mãos criminosas ou/e incompetentes, apesar de não ter sido ainda privatizada.
O problema da TAP não é vir a ser privatizada, é estar num país onde a corrupção e a má gestão é premiada e protegida.
Os responsáveis pela má gestão ou gestão danosa, não são responsabilizados escapam sempre impunes e até são premiados. O ideal seria penalizar os responsáveis pelos negócios ruinosos da TAP, e substitui-los, mas como se pode constatar, ninguém fala sequer em responsáveis ou responsabilidade pelas compras danosas da TAP.
Neste país, os responsáveis apenas têm uma responsabilidade, que é a de receber os salários dourados e os bónus.
Se a TAP está a ser mal gerida e a ser usada para salvar empresas falidas de "amigos", está a lesar o interesse nacional, a lesar os trabalhadores e a empresa... se a privatizarem, o que pode piorar?
Será que apenas temos duas opções? Privatizar e lesar o interesse nacional ou não privatizar e continuar a lesar o interesse nacional?
Por isso é importante perceber o que é que já está a funcionar mal, e como é que a privatização o pode melhorar ou piorar.
A defesa dos direitos dos trabalhadores e da sustentabilidade da TAP, não me parece estar ameaçada pela privatização, porque pelo que vemos,
essas ameaças já existem agora.
Lutar pelos direitos dos trabalhadores e exigir uma boa gestão é um luta que se pode travar tanto numa empresa privatizada como noutra qualquer. O problema é que a privatização da TAP, significa também perda de poder dos
seus 11 sindicatos?
Esta foi a minha opinião, em baixo partilho a dos trabalhadores... Mas não se esqueça, todos os casos referidos em baixo, injustos, graves, lesivos e estranhos, se passam na TAP actualmente, ou seja, antes de ela ser privatizada..
- As privatizações são feitas por todo mundo, por exemplo no Reino Unido, com a venda aos privados de muitas empresas anteriormente detidas pelo Estado, designadamente a British Petroleum (BP), British Telecom (BT) e a British Airways,
mas as privatizações das empresas estatais, significam também perda de poder dos sindicatos.
- Fernando Pinto, que era presidente da brasileira Varig (entretanto falida), é escolhido para liderar a comissão executiva a companhia nacional
(Outubro de 2000, Diário de Notícias)
- A aquisição da VEM teve lugar sem a necessária autorização do Governo. Em causa está uma falha que poderá obrigar a que o negócio – que já custou à TAP cerca de
500 milhões de euros desde 2007 – seja nulo do ponto de vista jurídico. Ao Diário Económico, fonte oficial da TAP assegurou apenas que "todo o processo da VEM foi acompanhado pela tutela directa da TAP [Ministério das Obras Públicas à altura liderado por
Mário Lino], merecendo
a sua concordância".
Texto de Ricardo Garcia Pereira.
Desafio todos os que se opõem à greve e apoiam a privatização a ler o resto do texto para que fiquem a conhecer a realidade da TAP.
Saberão certamente que esta é a segunda greve do Sindicato dos Tripulantes de Bordo em 14 anos. Desta vez juntaram-se
os outros 11 sindicatos, dos 12 000 trabalhadores da TAP.
Saberão, também, que a TAP andava a ludibriar o Acordo da Empresa há anos, e não cumpria o estipulado relativamente a:
- descansos entre voos;
- ao direito a passar um a cada 7 fins-de-semana com a família;
- ao reforço de tripulações em voos maiores;
- redução de horário de mães lactantes;
- horas de voo contínuas;-etc.