"Ricos livros.O fim do ano escolar aproxima-se. E milhões de manuais escolares irão em breve para o lixo: um desperdício. Poderiam ser reutilizados, como acontece em toda a Europa, por novos alunos. Mas não! Quem lucra com este esbanjamento?
Obviamente as editoras, que dominam o negócio, sem que o Ministério mostre vontade de impor uma nova política.
E sofrem as famílias que, no início de cada ano letivo, gastam fortunas na aquisição de livros. A inexistência de bancos para troca de livros em todas as escolas públicas é incompreensível. Aí todos os alunos poderiam levantar gratuitamente os seus manuais, a troco de deixarem os do ano anterior. É claro que famílias que queiram comprar livros novos seriam livres de o fazer. Mas, para as outras de orçamentos mais apertados, ou simplesmente combatentes do desperdício, as escolas deveriam instituir um sistema universal de entrega de manuais.
É assim em toda a Europa: da Dinamarca a Espanha, passando pela França ou pelo Reino Unido, em todos estes países os manuais são reutilizados. Esta medida é, aliás, também obrigatória em Portugal, pois a legislação determina que "escolas e agrupamentos de escolas devem criar modalidades de empréstimo de manuais escolares". Mas, como a Lei é desprezada, a cada ano, o esforço familiar é enorme e aumenta à medida que os alunos progridem no sistema escolar. Os valores superam as duas centenas de euros, numa escala crescente, insuportável então para quem tenha mais que um filho a frequentar a escola.
Estes preços incomportáveis só são possíveis porque são as editoras quem, no fundo, decide a política de manuais escolares e os preços.
Dominam um setor que representa mais de cem milhões de euros, considerando que os cerca de milhão e meio de estudantes do ensino básico e secundário adquirem perto de dez milhões de livros. O facto de estes bancos escolares para troca de livros não serem uma realidade sistemática e regular em Portugal é mais um exemplo das muitas políticas que o Estado não faz cumprir, permitindo que os cidadãos sejam, deste modo, e mais uma vez, defraudados." Por Paulo Morais
A União de Editores preocupa-se em vender livros, nem que seja à força... em 2005 quando se tentou aumentar o tempo de validade dos livros, a reacção da União dos Editores Portugueses foi apenas salvaguardar o seu lucro.
"De acordo com o documento, o prazo de vigência dos livros será aumentado de três para seis anos, o mesmo tempo de duração dos programas curriculares, "para permitir a possibilidade de reutilização dos manuais e, desse modo, reduzir os encargos das famílias".
Segundo Manuel Ferrão da UEP, este aumento do prazo de vigência dos manuais põe em causa a sobrevivência das editoras escolares, que ficarão sem livros para editar durante vários anos.
"Se os manuais vão durar seis anos, as editoras vão ficar paradas, sem livros para editar durante três ou quatro anos e não sei como poderão sobreviver. O que fazemos aos trabalhadores durante esse período?", questiona. Em Portugal, o mercado da edição escolar representa cerca de 56 milhões de euros, segundo estimativas do ano passado. fonte
Reparem no desplante. Nem têm vergonha proferir estas afirmações em público, porque vivemos num país onde vale tudo? Um loby ter a coragem de afirmar sem qualquer pudor, que precisam que o governo obrigue as famílias a gastar dinheiro em livros mesmo sem necessidade, obrigue o ambiente a ser agredido, obrigue ao desperdício de papel, porque eles precisam para viver bem? Tudo para manter empresas que na verdade são parasitas insustentáveis???
E não há vergonha de se pensar assim?De se gerir assim? De se afirmar tamanha barbaridade em público?
Em breve exigem uma lei que obrigasse a mudar os manuais escolares de 6 em 6 meses.!! Ou que os manuais se auto destruam em 3 meses... vale tudo para manter lobies e abusar dos cidadãos e da democracia. O que importa é manter o negócio sem ter que se esforçar muito?? Porque os "clientes" são obrigados a comprar.