TEMOS OS POLITICOS QUE MERECEMOS SOMOS NÓS QUE OS MOLDAMOS UM POVO QUE NÃO VOTA NEM SABE USAR O VOTO JAMAIS SERÁ REPRESENTADO

As virtudes da democracia  

Portugal é hoje um país doente, governado por impulsos de curto prazo, em que a grande preocupação é a conquista e a preservação do poder, afastados da realidade política e económica, nacional e internacional, ou de uma estratégia de desenvolvimento, que, aliás, verdadeiramente nunca existiu

Nestes textos semanais, os subscritores do “Manifesto: Por Uma Democracia de Qualidade” têm defendido a democratização do regime político e a reforma das leis eleitorais, mas escrito menos acerca das consequências negativas, quer políticas quer económicas, resultantes da inexistência de verdadeiros órgãos democráticos de fiscalização dos governos, o que permitiu a governamentalização do regime – o que resulta do seguidismo partidário e da falta de qualidade e de independência dos deputados escolhidos para a Assembleia da República, qualidade que tem piorado com o tempo e por força do crescente sentimento de impunidade da classe política.

Ou seja, a vitória da fidelidade ao chefe e do conformismo à custa da competência e do mérito tornou-se uma forte característica do regime político português, consequência que se esperaria do critério usado na escolha dos representantes do povo por meios autocráticos das direções partidárias, em que os objetivos de poder dos partidos se sobrepõem ao interesse nacional. Já aqui escrevi que se trata de um modelo em que os chefes escolhem os índios de maior confiança e os índios, agradecidos, “elegem” o chefe, sem que os eleitores tenham qualquer poder na escolha dos deputados.

SEM CIDADANIA NÃO EXISTE DEMOCRACIA, SÊ CIDADÃO, VOTA VÁLIDO CONTRA A CORRUPÇAO

Dou comigo, inúmeras vezes a tentar entender as razões de tantos países
funcionarem de forma tão desajustada e injusta. E percebo que sem pensamento critico e sem coragem para fazer uso dele, seremos sempre menores e o que nos rodeia, reflecte essa menoridade.
E a fraca democracia que nos rodeia, é esse mesmo reflexo, de um eleitorado incapaz de fazer uso do seu entendimento.
Sobre um conceito de Kant e sobre a democracia, urge educar para a democracia funcionar. Estamos a perder a noção de cidadania e morre, assim, a democracia.
Não deveríamos permitir que as opiniões dos outros passem a ser as nossas, acriticamente, que as orientações dos outros nos orientem, que os "opinion makers" (marcelos rebelos de sousa, miguel sousa tavares, jorges coelhos, Sócrates, etc) nos manipulem apenas porque possuem acesso privilegiado aos meios de comunicação, isso não deveria ser, só por si, um sinal de credibilidade, nem deles nem do meio de comunicação que eles usam. Mas em sociedades acríticas parece que é.
No texto em baixo, Kant explica como, por preguiça e/ou cobardia, as pessoas se auto impedem de fazer funcionar a democracia e alcançar a maioridade, pois não insistem ou desistem da autonomia na criação do pensamento individual/ pessoal. Só as ovelhas seguem pastores. Mas a maioria das pessoas opta por essa postura, alguém.

"A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria, se a sua causa não residir na carência de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo, sem a guia de outrem. Sapere aude!" ("atreva-se a conhecer")"

ELEITORES NÃO ENTENDEM QUE TÊM QUE IR ÁS URNAS PARA EXPULSAR OS MAIS CORRUPTOS DO PODER


Má notícia: corrupção não conta na hora do voto. Eleitores não avaliam entre os mais e menos corruptos. Saiba porquê

diante de candidatos corruptos, os eleitores se sentiam menos motivados para comparecer às urnasPesquisas apontam que a corrupção pode impactar negativamente o comparecimento às urnas, mas costuma não ser considerada na decisão do voto ou seja o eleitor não sabe o que deve fazer para votar contra a corrupção e então deixa de votar ou anula o voto, portanto não vota contra os mais corruptos e não pune a corrupção.

PROTESTO CONTRA A CORRUPÇÃO: 29% dos eleitores apontaram o fato de todos os candidatos serem corruptos como razão para anular o voto

O problema é que, diferentemente do que se poderia imaginar, a corrupção não leva os eleitores às urnas para mudar o quadro de políticos eleitos ou tirar os corruptos do poder —estudos apontam que, na verdade, a corrupção não é nem
CORRUPÇÃO , ABSTENÇÃO, VOTOS BRANCOS NULOS
levada em conta na hora de votar.

Impacto no comparecimento

Dois pesquisadores das universidades da Califórnia e de Pittsburgh, nos Estados Unidos, se uniram para mostrar que a indignação com a corrupção impacta negativamente o comparecimento às urnas. Miguel Carreras e Sofia Vera incluíram uma pergunta experimental em uma pesquisa de opinião nacional na Colômbia, conduzida entre agosto e outubro de 2016, para avaliar o impacto da corrupção na participação eleitoral. Eles decidiram realizar o experimento na Colômbia por ser um país com níveis altos de corrupção —segundo o AmericasBarometer, 80% dos colombianos afirmaram, em 2012, que a corrupção era “muito generalizada” em seu país.