Relatório conclui que quem pensou o TGV, nunca teve como objectivo gerar menos custos para o estado nem melhorar a vida para os portugueses. O objectivo era obter financiamentos do estado, para favorecer os que beneficiavam com a grande obra. O habitual modus operandi dos representantes públicos e a saga das suas obras públicas.
"Relatório aponta indícios de dolo e gestão danosa no concurso do TGV, para os interesses públicos. O relatório preliminar do relator Sérgio Azevedo (PSD), tendo em conta as considerações do TC contrastadas com a actuação e argumentação da Refer no que respeita ao processo concursal.
(...)As conclusões do relatório dizem ainda que os agentes políticos envolvidos à época, especialmente o ex-ministro das Obras Públicas António Mendonça, recusam quaisquer responsabilidades e defendem que o Estado tinha em 2008 dinheiro para fazer a obra e suportá-la por 39 anos. “O PEC 1 foi aprovado pouco mais de ano e meio depois”, frisa.
No entender da comissão, o TGV , “é um exemplo concreto de que o recurso às PPP serviu essencialmente como forma de financiamento do Estado para realizar obra e não para garantir os seus objectivos fundamentais: menos custos para o Estado e maior eficiência na necessidade pública”, pode ler-se no documento. No relatório é ainda dito que “a PPP Poceirão/Caia estava assente num modelo de desorçamentação do Estado”. fonte
Como a Elos ganhou 149 milhões sem fazer um centímetro de TGV
Acusação do MP revela pormenores sobre como José Sócrates terá interferido diretamente num concurso público
A história do projeto de construção de uma linha de comboio de alta velocidade (TGV) que ligaria Poceirão (Setúbal) à fronteira do Caia representa, para o Ministério Público (MP), uma das provas de que José Sócrates usou os seus poderes de primeiro-ministro para praticar "atos de favorecimento" ao Grupo Lena, que interveio neste processo integrando um consórcio, Elos. "O arguido José Sócrates levou a cabo tais intervenções mediante o exercício dos respetivos poderes funcionais de orientação e coordenação sobre os titulares do Ministério das Obras Públicas e da Secretaria de Estado dos Transportes, bem como, sobrepondo-se, respetivamente, aos poderes próprios e delegados destes últimos, sobre os administradores da RAVE [empresa estatal que tutelava o projeto] e da REFER [empresa gestora da rede ferroviária nacional], membros do concurso", lê-se na acusação do MP.
No final, o consórcio Elos, vencedor do concurso - e no qual o Grupo Lena tinha uma participação de cerca de 13,1% -, conseguiu sobreviver a dois vistos prévios negativos proferidos pelo Tribunal de Contas (TC), superou uma avaliação de "medíocre" pelo júri do concurso e, já com Pedro Passos Coelho a primeiro-ministro, depois de cancelado o projeto TGV, acionou o Estado, tendo sido indemnizado em 149 milhões de euros por decisão de um tribunal arbitral, decisão que está em recurso num tribunal administrativo.
O que se passou, segundo a acusação, é que por interferência direta de Sócrates o Grupo Elos conseguiu sempre introduzir no contrato com o Estado - com alterações feitas depois da decisão do júri - várias normas alterando a proposta avaliada, nomeadamente uma pela qual seria indemnizado no caso de visto prévio negativo pelo TC. Foi essa norma que lhe permitiu ganhar os tais 149 milhões de euros. "José Sócrates determinou na sua esfera de competências a definição das regras e condições, à revelia das regras legais dos concursos, em prol dos interesses do Grupo Lena e em detrimento do interesse público. Invocando a importância estratégica e económica do projeto, o ex-primeiro-ministro terá justificado perante os indivíduos por si instrumentalizados - ministros, secretários de Estado e gestores públicos - a adoção de procedimentos ilegais", diz a acusação do MP. sso terá acontecido, por exemplo, em outubro de 2009, quando o então primeiro-ministro e outros dois dos principais arguidos do processo, Carlos Santos Silva e Joaquim Barroca, figuras dominantes do Grupo Lena, percebem que o júri do concurso vai chumbar a candidatura da Elos. Sócrates "tomou então a decisão e fez transmitir a mesma aos responsáveis do Ministério das Obras Públicas de que, alegando a necessidade imperiosa da concretização do projeto da RAVE [rede de alta velocidade] e do aproveitamento das linhas de financiamento comunitárias, o relatório final do júri deveria ser produzido em moldes que permitissem acomodar uma decisão política de adjudicação". Por outro, "de forma a levar o júri a alterar o relatório preliminar e a produzir um relatório suficiente para possibilitar a decisão de adjudicação", Carlos Santos Silva e Joaquim Barroca, "com o reconhecimento" de Sócrates, vieram a apoiar uma estratégia que passaria por retirar do contrato as cláusulas polémicas, reinserindo-as depois na "fase de definição dos termos finais do contrato de concessão". DN
OS INTERESSES PARALELOS IMOBILIÁRIOS.
Valorização dos terrenos por aprovarem loteamentos, à pressa, e assim garantirem indemnizações que poderiam ser superiores a 60 milhões de euros???
Os especuladores imobiliários que compram terrenos onde sabem que vão passar obras públicas, para os urbanizar e posteriormente vender 5 ou 10 vezes mais caros, ao estado, nas famosas expropriações. Ou receber um jackpot em indemnizações, tudo formas de extorquir dinheiro ao estado. Neste video Paulo Morais explica o processo.
20/12/2006 - "Terrenos polémicos de Marvila vendidos à CGD, por mais do dobro do que foram comprados
A sociedade Lismarvila vendeu por 56,5 milhões de euros, em Março deste ano, 60% dos terrenos da antiga Sociedade Nacional de Sabões (SNS), cuja totalidade foi comprada, em 2001 e 2004, por 26,2 milhões de euros.
A compra de duas das cinco parcelas adquiridas directa e indirectamente à SNS pela Obriverca (que depois as passou à Lismarvila), no âmbito do processo de falência que ainda corre em tribunal, foi feita pelo Fundolis, um fundo de investimento imobiliário fechado gerido pela Fundimo, da Caixa Geral de Depósitos.
De acordo com a informação fornecida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários pela Fundimo, o total das parcelas compradas ocupa a área de 106.420m2 - precisamente a área ocupada pelo polémico projecto de lotamento que a Câmara de Lisboa aprovou e revogou nas últimas semanas -, sendo que as cinco adquiridas pela Obriverca e pela Lismarvila à SNB e a uma sua antiga participada totalizam 176.021 m2.
Sem entrar nos detalhes das áreas e parcelas vendidas, Eduardo Rodrigues, o presidente da Lismarvila e patrão da Obriverca, confirmou ontem o negócio ao PÚBLICO, mas garantiu que "a empresa não teve lucro nenhum com a operação". Segundo o empresário, o custo inicial dos terrenos "rondou os 6,5 milhões de contos", embora as escrituras indiquem 5 milhões e 257 mil contos (26,2 milhões de euros), mas "os custos reais, incluindo juros, demolições, projectos e outras despesas andam pelos 60 milhões de euros". A ser assim, a empresa teria tido mesmo um prejuízo de 3,5 milhões de euros. [O PÚBLICO não confrontou Eduardo Rodrigues com o facto de a venda ao Fundolis incidir apenas sobre 60% dos terrenos, uma vez que ainda não dispunha desse dado quando o contactou.]
A enorme valorização dos terrenos conseguida em cerca de cinco anos pela Lismarvila foi concretizada num momento em que a Câmara de Lisboa ainda estava a apreciar o projecto de loteamento que incide sobre um total de 106.420 m2 (embora a proposta camarária refira 111.273), mas quando já tinha sido aprovada a alteração simplificada ao Plano Director Municipal, datada de Março de 2004, que, no entender da maioria camarária, permitiu a sua aprovação inicial. A revogação da semana passada decorreu de um parecer desfavorável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, relacionado com o traçado dos acessos à futura ponte Chelas-Barreiro e com o traçado do TGV.
Fundimo tem tido contactos com espanhóis
À data da compra dos terrenos, Março passado, ainda não havia nenhuma garantia definitiva da aprovação do loteamento, mas o presidente da Fundimo, Filipe Amado, disse ontem que "havia uma expectativa considerada como firme" de que isso viesse a acontecer. O gestor, que se escusou a revelar a identidade dos principais detentores do Fundolis, não quis desvendar a estratégia traçada para reagir ao indeferimento do projecto, limitando-se a afirmar: "Neste momento as coisas ainda estão muito frescas, estamos a estudar o problema, mas tudo faremos na defesa dos participantes do fundo." Eduardo Rodrigues, que confirmou o facto de a Fundimo ter estado recentemente em negociações com promotores espanhóis interessados no projecto de Marvila, garantiu que, apesar de ter vendido os terrenos, não se considera alheio à inviabilização do loteamento. "Somos pessoas de bem e vamos dar a cara até ao fim neste processo. Na prática estamos fora deste assunto, mas temos a obrigação moral de tratar dele até ao fim", afirmou.
Quanto às garantias de que dispunha quando decidiu adquirir as parcelas em 1999, o empresário diz que elas eram totais. "Quando comprámos, o liquidatário da SNS garantiu-nos que já havia uma edificabilidade aprovada pela câmara e a Caixa Geral de Depósitos, que financiou a operação, não o faria em caso contrário."
Apesar disso, o primeiro pedido de loteamento apresentado à câmara pela Lismarvila foi indeferido em 2003 - antes de o projecto ter sido assumido pelo arquitecto Filipe Jorge, sócio do director municipal de gestão urbanística, Pires Marques, que anteontem pediu a suspensão das suas funções. As condições que teoricamente permitiriam o seu deferimento acabaram por só ser criadas com a alteração simplificada ao PDM de Março de 2004 que, em determinadas condições de excepção reconhecidas pela câmara, permite fazer loteamentos em áreas industriais, como é o caso. Público
16/12/2006 - Marvila: demitiu-se director municipal envolvido no polémico loteamento
O PÚBLICO noticiou sábado passado que Pires Marques era sócio do arquitecto Vítor Afonso Alberto, autor do projecto de loteamento nos terrenos da antiga Sociedade Nacional de Sabões. Contudo, o responsável não informou a vereadora do Urbanismo desse facto, acabando por estar envolvido, através das funções que exercia, na apreciação e aprovação do loteamento.
Director do Urbanismo em Lisboa é sócio do projectista de Marvila. Público
7/12/2006 - Loteamento em Marvila: Câmara aprova loteamento em terrenos necessários para 3ª travessia do Tejo e TGV, loteados valem 10 vezes mais, assim se o TGV tivesse avançado, ficavam milionários com a expropriação, graças ao dinheiro de todos nós
A Câmara Municipal de Lisboa aprovou, a 22 de Outubro, a autorização para um loteamento na freguesia de Marvila, num local por onde poderá passar a futura linha de alta velocidade ferroviária (TGV) entre Lisboa e Madrid, e que deverá ser ocupado pela terceira travessia sobre o Tejo (Chelas-Barrreiro), de acordo com os estudos já efectuados pelo Governo. A proposta passou apenas com os votos favoráveis do PSD, tendo sido viabilizada com a abstenção da vereadora Maria José Nogueira Pinto, do CDS-PP.
A autorização para o projecto de loteamento na Azinhaga da Salgada, da Veiga e da Bruxa, no Vale de Chelas, requerida pela Lismarvila - Empreendimentos Imobiliários, S.A. (do grupo Obriverca) contrariou um pedido que o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, dirigiu a Carmona Rodrigues, já que o projecto de urbanização para os terrenos em causa poderá colidir com o traçado do canal para a terceira travessia do Tejo, integrada no projecto da Rede de Alta Velocidade (RAVE).
O processo de licenciamento carece também de autorização da Rede Ferroviária Nacional (REFER), que numa carta enviada à autarquia, em Setembro, constatou, que «devido ao estudo para o corredor de acesso à terceira travessia do Tejo 'no corredor Chelas-Barreiro', a qual incorpora ligações ferroviárias em direcção a Chelas/Olaias e à estação do Oriente» existiria «interferência com os traçados preconizados e em curso de aprofundamento no referido estudo, razão pela qual, nesta fase, é inviável emitir parecer conclusivo.»
(...) O titular da pasta das Obras Públicas classificou a decisão da câmara como «irresponsável e infeliz», e salientou que «nem sequer foi uma medida consensual dentro da Câmara». Mário Lino defendeu que seria «uma coisa de bom senso não se ter avançado precipitadamente», e referiu não perceber «qual a necessidade de se aprovar esse loteamento». Já a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, considerou, a atitude da CML como «uma quebra de solidariedade». A SE já tinha assegurado que «até final do primeiro trimestre de 2007» iria existir uma decisão, quanto à solução para a amarração da terceira travessia do Tejo. «Até lá, com respeito por todas as competências, não devem ser feitas aprovações que venham a onerar a construção da terceira travessia do Tejo», advertiu.
Uma vez que as medidas preventivas decretadas poderão ter efeitos suspensivos na operação urbanística, a verificar-se uma eventual expropriação dos terrenos - hipótese que já chegou a ser avançada por Mário Lino - o promotor da obra poderá pedir uma indemnização de cerca de 63 milhões de euros, já que viu aprovados 163 mil metros quadrados de construção, sobre os quais terá direitos adquiridos.
De referir que, na prática, as "medidas preventivas" têm como consequência a paragem de todas as obras a decorrer, nas já terminadas mas sem licença de utilização, e processos de loteamento já em curso. Estas medidas não têm, no entanto, efeitos retroactivos nem retiram o direito a eventuais indemnizações aos proprietários, em caso de expropriação dos terrenos. O levantamento destas medidas traduz-se no seguimento das operações de loteamentos, entretanto travadas.
Para impedir que, neste caso, tenha lugar qualquer tipo de indemnização, José Sá Fernandes, já pediu a intervenção do Ministério Público (MP) sobre este caso. A queixa apresentada pelo vereador bloquista visa anular a deliberação da câmara, considerando que existe uma violação do Plano Director Municipal, para desse modo impedir que se constituam direitos adquiridos e o proprietário dos terrenos não possa pedir uma indemnização com base nisso.
No entendimento do vereador do BE, com a aprovação do loteamento, a Obriverca, proprietária dos terrenos em questão, adquiriu direitos e poderá pedir ao Estado uma indemnização, se a operação for por diante. Sá Fernandes considera também que se está perante um "grave erro urbanístico", e critica o facto do promotor ser isentado da obrigação de construir equipamentos colectivos e espaços verdes, já que o texto da proposta refere que estes não são necessários naquela zona.
O PCP também reagiu à decisão do Executivo avançando com uma participação do MP, visando impedir qualquer efeito da deliberação da CML que possa levar à existência de direitos de indemnização. Os comunistas consideram que a deliberação do Executivo é nula, sendo responsabilidade do Estado declarar a nulidade, de imediato e sem produção de efeitos. Para o PCP, o Governo e o PSD na CML mostraram-se «aliados contra o erário público e a favor dos promotores privados». Ao proceder à apresentação desta proposta, o PSD na CML assumiu, segundo os comunistas, a «responsabilidade das suas consequências, quer políticas quer jurídicas deste verdadeiro escândalo».
No PS as críticas chegariam sobretudo pela voz de Miguel Coelho. O líder do PS-Lisboa defendeu que Carmona Rodrigues deveria retirar os pelouros à vereadora Gabriela Seara, no caso desta não se demitir, contestando a decisão sobre o loteamento, por lesar os interesses da cidade de Lisboa.
Tratou-se na opinião de Miguel Coelho de um "acto inqualificável", já que a vereadora com o pelouro do Urbanismo tinha consciência de que se estavam a criar direitos para o promotor da obra. A aprovação do Executivo poderá, segundo o líder o PS na capital, encarecer «em dezenas de milhões de euros um projecto de interesse nacional como é o TGV».
Para Carmona Rodrigues as culpas também estão do lado do Governo. O presidente garante que a aprovação do loteamento é legal, cumprindo "escrupulosamente todas as leis e normas em vigor, nomeadamente o Plano Director Municipal e o Plano de Urbanização do Vale de Chelas", e devolveu as acusações ao Governo considerando que este se deveria ter antecipado na definição de medidas preventivas para impedir o loteamento. De acordo com o presidente, o loteamento em causa está fora do corredor da terceira travessia sobre o Tejo, tendo a autarquia indeferido um outro loteamento por se encontrar dentro deste corredor.
O edil alegou também, em defesa da aprovação do loteamento, desconhecer qual será, em definitivo, o traçado de entrada do comboio de alta velocidade em Lisboa, já que são conhecidas várias hipóteses, assim como a data de aprovação da linha. No entanto, é público que, quando era Ministro das Obras Públicas, no Governo de Durão Barroso, em conjunto com a actual vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, à data sua chefe de gabinete, Carmona Rodrigues terá defendido que o melhor traçado para a construção da terceira travessia do Tejo, enquadrada no projecto do TGV era precisamente o corredor Chelas/Barreiro.
A 1 de Dezembro, com a aprovação em Conselho de Ministros do decreto-lei que estabelece as medidas preventivas, para salvaguardar a construção da linha de alta velocidade (fixando que as licenças ou autorizações emitidas pelas câmaras para construir, reconstruir ou ampliar edifícios estão sujeitas à autorização prévia da REFER e da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional de Lisboa), o Governo dá sinais de que o caso do loteamento de Marvila poderá não ficar por aqui.
Na ocasião, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, adiantou que os ministérios das Obras Públicas e do Ambiente e Ordenamento do Território estão a analisar o caso, do ponto de vista jurídico, tendo em vista a sua impugnação. O Governo, disse, acredita que a decisão da CML pode «conter ilegalidades e vícios jurídicos», e não deixará de recorrer «a todos os instrumentos para salvaguardar a legalidade e a viabilidade um empreendimento de interesse nacional». O ministro deixou em aberto a possibilidade do Governo processar a CML, enviando o caso para o Tribunal Administrativo.
Um cenário que não parece preocupar Carmona Rodrigues que insiste na tese de que o loteamento só terá validade após ser celebrado o acordo com a REFER, não estando em causa, até à data, qualquer direito a indemnização ao promotor. fonte
Neste link Paulo Morais desmascara outros interesses.
- Pressões - Houve «fortes pressões e de todas as partes» para se fazer auto-estradas.
- TGV - Indícios de gestão danosa e um projecto assente num modelo de desorçamentação do Estado.
- Campeão - Portugal é o país europeu que mais investimento faz em PPP em percentagem do PIB (9%).
- Lusoponte - O pior ‘exemplo’ das PPP analisadas: 18 anos, nove renegociações e custo de 850 milhões ao Estado.
- Caso de sucesso - A concessão da Fertagus não gera custos desde 2011.
- Brisa - Concessões com lucros supra-normais, sem contrapartidas financeiras ou utilidade pública.
- Metro Sul do Tejo - Modelo financeiro concebido para viabilizar a concessão. Tráfego é 1/3 do contratualizado. Risco de indemnizações compensatórias não foi calculado.
Paulo Campos, quando questionado como pôde avançar com oito PPP rodoviárias, contra os avisos do TC e com o país já em grandes dificuldades: «Quem adjudicou não foi o secretário de Estado. Quando o senhor pergunta ‘foi o senhor?’, não, não é. Foi o Governo que mandou a EP lançar as concessões e foi esta que avançou. E o Governo é solidário».
Os mesmos argumentos repetiram-se na discussão do contrato de construção do TGV – onde o relatório constata haver «indícios de gestão danosa», que deverão dar origem a um novo inquérito do MP. «O meu envolvimento nestes processos não era propriamente um envolvimento. Eram processos conduzidos e acompanhados directamente pelo ministério da tutela e o Ministério das Finanças teria de intervir quando era chamado a intervir… Não lhe sei dizer que razões e que vicissitudes em concreto justificaram a decisão de suspender o Lisboa-Poceirão. Eu apenas tomei conhecimento: ‘Não vai para frente’. Muito bem, registei isso», disse Teixeira dos Santos.
Também sobre o TGV, António Mendonça argumentou: «Não fui eu que tomei a decisão de fazer a adjudicação nem a assinatura do contrato. É uma decisão do Conselho de Ministros, a assinatura do contrato é feita pelo MOP e MF, foi promulgado pelo Presidente da República e foi objecto de apreciação nesta Assembleia. Portanto, não posso concordar com o sr. deputado ao remeter para mim a responsabilidade da assinatura de um projecto desta natureza, nem tinha qualquer cabimento. Portanto, é uma responsabilidade do País». SOL
Só com os estudos de viabilidade do TGV, o estado já pagou 150 milhões a empresas estrangeiras. E mais 30 milhões a outra empresa nacional para fazer o mesmo estudo!? (então para que serviram as estrangeiras?). Cheira mesmo a esturro. Com mais 30 milhões de indemnizações de não sei o quê, são cerca de 200 milhões do nosso dinheiro direitinhos para o lixo. Uma loucura. O importante não é fazer a obra ou zelar pelo interesse do contribuinte, o importante é fazer a obra quando se está no governo para assim favorecer as sanguessugas do partido que estiver no poder, pois cada partido tem as suas sanguessugas, apesar de existirem algumas que são residentes permanentes e transversais a todos os governos.
"Governo paga 30 milhões para indemnizar consórcios do TGV no troço Lisboa-Poceirão anulado em 2010.
De qualquer forma não são referidos os consórcios que ficam de fora da indemnização devida. Os dois primeiros classificados foram os consórcios Tave Tejo, liderado pelos espanhóis da FCC, e a Altavia, liderado pela Mota-Engil. Houve um outro concorrente, a Elos, onde estava a Soares da Costa e Brisa."
"TGV português já custou 300 milhões mesmo sem um quilómetro de linha. São ainda contas preliminares, mas já é possível estimar quanto custou o projecto de alta velocidade (TGV) em Portugal até agora, incluindo fundos públicos e dinheiro gasto pelos concorrentes, o TGV já custou 300 milhões de euros." fonte
Outros interesses, as construtoras...
Entre mentiras e interesses a loucura fica à vista, são até capazes de demolir aeroportos para construir outro e dar largas aos vampiros do dinheiro público.GRUPO LENA GANHA TGV E AEROPORTO?
Carlos Santos Silva, amigo de Sócrates, era vice-presidente da sociedade do Grupo Lena que controla as duas empresas deste grupo que integraram o consórcio vencedor do troço do TGV entre o Poceirão e Caia.
O consórcio ELOS, do qual faziam parte Lena – Concessões e Serviços, SGPS, SA e Lena – Engenharia e Construções, SA, ganhou esse concurso com uma proposta de mais de 1,32 mil milhões de euros, menos 10,3 milhões de euros do que o segundo classificado. O júri do concurso não recomendou a adjudicação.
A Lena – Engenharia e Construção, SGPS, SA, foi constituída em 17 de março de 2008, três dias após o anúncio das condições técnicas para o concurso da concessão desse troço do TGV (ver cronologia). Santos Silva saiu da empresa em agosto de 2009, quatro meses antes da adjudicação do concurso ao ELOS.
O Grupo Lena diz que "a constituição da Lena Engenharia e Construção decorre da reorganização estrutural do Grupo Lena e nada tem a ver com qualquer concurso público ou outro evento, seja de que natureza for." E frisa que Santos Silva não teve "nenhum papel relevante" no TGV. CM, video
CONTRATO DO TGV BLINDADO CONTRA CANCELAMENTO
Ainda sobre o TGV o Grupo de Trabalho assinala que "as conclusões da análise económica e financeira do presente contrato apontam para aquilo que no acordo estabelecido com a concessionária se designa por ‘adiamento ou ‘cancelamento’ por iniciativa da entidade pública". Porém, sublinha-se a dificuldade da aplicação, uma vez que "não prevê o contrato nem a lei nenhum instituto jurídico aplicável à situação presente que se designe de ‘cancelamento’".
2008 "O consórcio Asterion, que vai concorrer à concessão da ANA e à construção do novo aeroporto de Lisboa, está "fechado" com a entrada das construtoras MSF e Lena, havendo apenas a possibilidade de uma nova entrada se for para um parceiro estratégico.
Segundo o presidente do conselho geral do consórcio, Vasco de Mello, que hoje falava aos jornalistas à margem de uma conferência na Associação Comercial de Lisboa, a MSF e a Lena ficaram com uma participação no consórcio de 5% cada uma." Expresso
Especulação da finança
Enquanto administrador do consórcio privado Elos, (que ganhou o TGV) Sérgio Monteiro negociou e assinou um empréstimo, com contratos swaps associados, para construir o troço da linha de TGV Poceirão-Caia. Já como secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, negociaria a transferência desses swaps para a Parpública (empresa Pública), com perdas atuais de 152,9 milhões de euros.Neste link outros interesses no TGV
Paulo Morais
O Estado português está falido. Mas Sócrates insistia em levar avante projectos megalómanos e inúteis, como o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa.
Para nosso desespero, os governos parecem nunca aprender com os erros do passado. Que são demasiados. Só na última década, foi o Europeu de futebol em 2004 e a Capital Europeia da Cultura que nos deixaram muitas dívidas e nenhuma saudade.
Como legado do Europeu de futebol, temos agora plantados pelo país dez estádios novos e caríssimos, pagos pelos impostos de todos nós. Foi-nos prometido por vários governos que seriam estruturas auto-sustentáveis e até rentáveis, que o futebol seria um "cluster" de negócios atractivo, com equipas do Norte da Europa a realizarem aqui os seus estágios e até alguns torneios. Volvidos sete anos, temos seis ruínas gigantescas, que não geram sequer receita para a sua manutenção. Equipas estrangeiras em estágio são uma miragem. Prometeram-nos o céu do futebol mas deixaram-nos fora-de-jogo."
Mas os exemplos de obras caras e inúteis na recente história portuguesa são inúmeros. O verdadeiro interesse nacional é ignorado, porque é um processo longo apesar de urgente, e por isso estamos a transformar Portugal numa ilha ferroviária. Num deserto industrial e improdutivo, num país isolado e condenando a viver de dividas e empréstimos. O TGV iria enriquecer os grupos europeus detentores de tecnologia e as grandes construtoras nacionais. Deslocalizar-se-ia o aeroporto de Lisboa, permitindo a especulação imobiliária nos terrenos da Portela. As experiências megalómanas falhadas e os seus efeitos perversos não refreiam o ímpeto despesista dos políticos, nem moderam a ganância dos empresários que os dominam." fonte
Miguel Sousa Tavares explicava a alternativa ao novo aeroporto
NESTE VIDEO, EX DEPUTADO DO PS, QUE SE DEMITIU EM 2009 POR DISCORDAR DAS POLITICAS DE SÓCRATES, DESVENDA PORQUE OS POLITICOS ADORAM OBRAS PÚBLICAS E PPP. SÃO UM FOCO DE CORRUPÇÃO, E PERMITEM RENDAS PARA OS PARTIDOS
NESTE OUTRO VIDEO O DESPESISMO DAS PPP E O FUTURO NEGRO DOS CONTRIBUINTES
E os pulhas ainda tẽm cara para virem falar na televisão ou no parlamento. As pessoas que fazem peregrinaçoes a pedirem "fotocopias" ao santo de evora não arranjem outro padroeiro e depois queixem-se.
ResponderEliminarEste país está de tal forma enfermo que já não tem recuperação com este tipo de pessoas que o dirigem. O problema é descobrir como tratá-lo, com que medicamentos e com que médicos. O resto é andar a entreter o pagode.
ResponderEliminarEra fácil trata-lo, bastava as pessoas que aos milhões abdicam do sei voto, começarem a usa-lo para banir os corruptos da politica.
EliminarHá mais de 30 anos que os a abstenção, votos nulos e brancos são aos milhões, imagine esta força desperdiçada usada contra os corruptos?
Mas claro são esses mesmos corruptos que manipulam o povo e lhe dizem que não votar , ou votar branco e nulo é um protesto, e os anjinhos acreditam. Não percebem que há anos temos a prova de que a abstenção nulos e brancos, elegem por defeito o ps e psd mas o povo insiste em cair no erro
A CORRUPÇÃO é generalizada em Portugal, até os partidos acham isso normal, e têm o descaramento de dizer que é para bem da democracia, porque segundo eles acham sem dinheiro não haveria democracia, o p'roblema ainda maior é quando se misturam interesses privados e maçónicos no meio disto tudo, e com muitas ligações internacionais.
EliminarO novo Blog deveria chamer-se :
APODRECESOCRATES, onde todas centenas que andam roubar os portugueses e não têm vergonha na cara, deveriam estar.
Essas centenas, muitos bem escondidos, enquanto o tempo passa , sacam muitas dezenas de milhares por mês às instituições publicas e semi públicas.