Não foi apenas o Relvas o autor das propostas indecentes à Ordem dos arquitectos.
Registos da Ordem dos Arquitectos, testemunhos dos seus antigos dirigentes e sobretudo declarações de Relvas e de Passos, mostram que ambos trabalharam em simultâneo com o mesmo objectivo - angariar contratos para a TecnoformaHelena Roseta divulgou em Junho, na televisão, o escândalo que envolvia Miguel Relvas e Passos Coelho. Veja aqui o artigo com video.
Quando Relvas foi secretário de Estado da Administração Local era também o responsável pelo Foral, um programa financiado por fundos europeus e destinado a requalificar o pessoal das autarquias. Ou seja decidia onde gastar os subsídios de formação, vindos da Europa.
Nessa altura, terá posto uma condição à Ordem dos arquitectos : para o seu subsidio ser aprovado teria de fazer a formação na empresa ligada a Passos Coelho, a Tecnoforma. Chantagem e favores...
A Tecnoforma, era a empresa de que Passos Coelho era consultor e depois foi gestor, mostra que, afinal, Passos também tentou vender àquela entidade um projecto de formação profissional com contornos muito próximos daquele que Relvas propusera à Roseta. Chantagem e favores...
Passos Coelho solicitou uma reunião à então presidente da Ordem menos de um mês depois. E Roseta, que tinha ficado desagradada com a conversa de Relvas – escusou-se a recebê-lo.
Passos Coelho acabou por ser recebido por Leonor Cintra Gomes, também dirigente nacional da Ordem, e apresentou-lhe um projecto que visava a colaboração entre a Tecnoforma e a OA, com vista à apresentação de candidaturas ao programa Foral.
Documentos guardados nos arquivos da Ordem, conjugados com testemunhos de alguns dos seus antigos dirigentes e funcionários, e com declarações de Relvas de 2004 e de Passos Coelho de há dois meses, não deixam agora margem para dúvidas. O actual primeiro-ministro e o seu ministro adjunto actuaram em simultâneo, com um objectivo coincidente: levar a Ordem dos Arquitectos "realizar" contratos com a Tecnoforma.
Passos Coelho solicitou uma reunião à então presidente da Ordem menos de um mês depois. E Roseta, que tinha ficado desagradada com a conversa de Relvas – escusou-se a recebê-lo.
Passos Coelho acabou por ser recebido por Leonor Cintra Gomes, também dirigente nacional da Ordem, e apresentou-lhe um projecto que visava a colaboração entre a Tecnoforma e a OA, com vista à apresentação de candidaturas ao programa Foral.
Documentos guardados nos arquivos da Ordem, conjugados com testemunhos de alguns dos seus antigos dirigentes e funcionários, e com declarações de Relvas de 2004 e de Passos Coelho de há dois meses, não deixam agora margem para dúvidas. O actual primeiro-ministro e o seu ministro adjunto actuaram em simultâneo, com um objectivo coincidente: levar a Ordem dos Arquitectos "realizar" contratos com a Tecnoforma.
Ou seja não foi apenas Relvas que fez "propostas indecentes", mas também Passos Coelho. fonte
Obter monopólios e clientes, e favorecer amigos, através do abuso de poder.
Obter monopólios e clientes, e favorecer amigos, através do abuso de poder.
A Tecnoforma, foi a maior favorecida pelos fundos geridos por Relvas, na Foral.
O monopólio dominou por completo, na região Centro, um programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias que era tutelado por Miguel Relvas, então Secretário de Estado da Administração Local.
Os números são esmagadores: só em 2003, 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas privadas na região Centro, no quadro do programa Foral, coube à Tecnoforma. E entre 2002 e 2004, 63% do número de projectos aprovados a privados pelos responsáveis desse programa pertenciam à mesma empresa.
Ao nível do país, no mesmo período, 26% das candidaturas privadas que foram viabilizadas foram também subscritas pela Tecnoforma.
Miguel Relvas era então o responsável político pelo programa, na qualidade de secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, Paulo Pereira Coelho era o seu gestor na região Centro, Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma, João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu director comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o facto de terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
O abuso de subsídios já é um procedimento comum entre os políticos como pode ver neste link, um outro caso.O programa Foral ao longo dos cerca de seis anos da sua execução absorveu cerca de 100 milhões de euros.
As empresas privadas que actuam no mercado da formação profissional, e que ao tempo eram alguns milhares, também podiam apresentar candidaturas – com base em protocolos previamente celebrados com as autarquias – mas a sua parte no bolo global foi sempre diminuta. Foi nesse contexto, o das empresas privadas, que a Tecnoforma conseguiu a parte de leão do negócio.
Passos Coelho que assegura nunca ter sido accionista da empresa, omite, porém, nos seus currículos que foi administrador desta entre 2005 e 2007. Ao PÚBLICO garantiu várias vezes que se desligou dela em 2004, admitindo que a tinha gerido por um “período não muito longo” em 2003 e 2004. No entanto, em 2007 ainda geria a empresa.
Em Agosto passado ainda estava em vigor uma procuração dos seus donos que lhe permitia administrá-la.
Passos Coelho enganou-se... perigosos enganos deste senhor.
Confrontado com esses factos, Passos Coelho manifestou-se extremamente surpreendido, afirmando, depois de os confirmar, que se tratava de um “engano” seu.
Procuração revogada em Agosto de 2012
Quanto à procuração, considerou também um “absurdo” o facto de ela não ter sido revogada, como disse ter pedido expressamente à empresa. No dia 29 de Agosto passado, depois de Passos Coelho ser questionado pelo PÚBLICO sobre o assunto, a procuração foi formalmente revogada pela Tecnoforma. fonte
"Relvas deu à empresa de Pedro Passos Coelho o monopólio de formação para trabalhadores dos aeródromos do centro que nunca existiram.
O projecto foi financiado pelo programa Foral para formar centenas de funcionários municipais para funções em aeródromos da região centro que não existiam e nada previa que viessem a existir.
Destinava-se a formar precisamente 1063 técnicos municipais para trabalhar em sete pistas de aviação, parte delas fechadas, e em dois heliportos da região centro. No total, estas pistas tinham dez funcionários, agora têm sete.
Estamos a falar de 2004 e o projecto foi mesmo aprovado, no valor de 1,2 milhões de euros." fonte
"Passos Coelho Suspeito de tráfico de influências na privatização da EDP". Sol
Mais sobre Relvas
Os números são esmagadores: só em 2003, 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas privadas na região Centro, no quadro do programa Foral, coube à Tecnoforma. E entre 2002 e 2004, 63% do número de projectos aprovados a privados pelos responsáveis desse programa pertenciam à mesma empresa.
Ao nível do país, no mesmo período, 26% das candidaturas privadas que foram viabilizadas foram também subscritas pela Tecnoforma.
Miguel Relvas era então o responsável político pelo programa, na qualidade de secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, Paulo Pereira Coelho era o seu gestor na região Centro, Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma, João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu director comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o facto de terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
O abuso de subsídios já é um procedimento comum entre os políticos como pode ver neste link, um outro caso.O programa Foral ao longo dos cerca de seis anos da sua execução absorveu cerca de 100 milhões de euros.
As empresas privadas que actuam no mercado da formação profissional, e que ao tempo eram alguns milhares, também podiam apresentar candidaturas – com base em protocolos previamente celebrados com as autarquias – mas a sua parte no bolo global foi sempre diminuta. Foi nesse contexto, o das empresas privadas, que a Tecnoforma conseguiu a parte de leão do negócio.
Passos Coelho que assegura nunca ter sido accionista da empresa, omite, porém, nos seus currículos que foi administrador desta entre 2005 e 2007. Ao PÚBLICO garantiu várias vezes que se desligou dela em 2004, admitindo que a tinha gerido por um “período não muito longo” em 2003 e 2004. No entanto, em 2007 ainda geria a empresa.
Em Agosto passado ainda estava em vigor uma procuração dos seus donos que lhe permitia administrá-la.
Passos Coelho enganou-se... perigosos enganos deste senhor.
Confrontado com esses factos, Passos Coelho manifestou-se extremamente surpreendido, afirmando, depois de os confirmar, que se tratava de um “engano” seu.
Procuração revogada em Agosto de 2012
Quanto à procuração, considerou também um “absurdo” o facto de ela não ter sido revogada, como disse ter pedido expressamente à empresa. No dia 29 de Agosto passado, depois de Passos Coelho ser questionado pelo PÚBLICO sobre o assunto, a procuração foi formalmente revogada pela Tecnoforma. fonte
"Relvas deu à empresa de Pedro Passos Coelho o monopólio de formação para trabalhadores dos aeródromos do centro que nunca existiram.
O projecto foi financiado pelo programa Foral para formar centenas de funcionários municipais para funções em aeródromos da região centro que não existiam e nada previa que viessem a existir.
Destinava-se a formar precisamente 1063 técnicos municipais para trabalhar em sete pistas de aviação, parte delas fechadas, e em dois heliportos da região centro. No total, estas pistas tinham dez funcionários, agora têm sete.
Estamos a falar de 2004 e o projecto foi mesmo aprovado, no valor de 1,2 milhões de euros." fonte
"Passos Coelho Suspeito de tráfico de influências na privatização da EDP". Sol
Mais sobre Relvas
O que me espanta é que com tanto atropelo ainda não surgiu um maluco, que os 'despache'!
ResponderEliminarBom dia, Zita !
ResponderEliminarExcelentes resultados obtidos pelas juventudes partidárias - essas grandes escolas de virtudes onde os "jovens" aprendem TUDO !!!
Saudações para todos.
Só quem nunca conheceu ninguém que andasse pelas juventudes partidárias é que podia desconhecer que as mesmas não passam de escolas para aprender a viver à custa de outrem (motivo que sempre me afastou desses círculos). E infelizmente é uma verdade transversal a todos os partidos, como tal a única via será mudar a forma de eleição dos nossos políticos. Não podemos depender de partidos políticos para fazer uma pré-escolha ou vamos continuar a ter como opções de voto os mesmos ou os amigos dos mesmos de sempre.
ResponderEliminarPrecisamos de pessoas como o Dr. Marinho e Pinho, Medina Carreira e porque não, o exemplo daquela grande Senhora Deputada brasileira - Cidinha Campos que apesar da idade continua a lutar ferozmente contra a corrupção no perigoso Brasil. Ver no youtube as suas lutas contra a corrupção. É tempo de acordar antes que seja demasiado tarde!!
ResponderEliminarCorreção - no meu comentário anterior referia-me a Marinho e Pinto e não Marinho e Pinho.
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