"Ontem, num dos grandes momentos para a salvação da Zona Euro, foi construído no átrio do Conselho Europeu um enorme mapa da UE com peças de Lego. Parece uma metáfora do que está a Europa actual: todos encaram o seu futuro como um jogo de interesses, onde o factor lúdico não foi dispensado. Corre-se o risco de encarar a eventual falência da Grécia ou um eventual severo segundo pacote de auxílio a Portugal da mesma forma que se joga poker. Como se não estivessem em causa milhões de pessoas, como se vai vendo com o aumento para números alarmantes do número de desempregados na Europa. E com os Estados sem capacidade para intervir de forma correctiva porque deixaram de ter meios financeiros para isso. Está a criar-se em nome da austeridade os germens de uma convulsão social em larga escala. Parece já só faltar um motivo fútil para que tudo se incendeie.
Face a isso o núcleo duro da UE continua a insistir numa austeridade sem limites, esquecendo o
desemprego e a necessidade urgente de relançamento económico. Alguns génios encartados vêem até com bons olhos que a Alemanha envie polícias fiscais para os países com dificuldades, envolvendo a limitação de soberania e a colocação da democracia política no caixote do lixo. Há algo de podre em toda esta Europa. Mas se Portugal pode ser envolvido com facilidade neste pântano sem fundo, também deve muito a si próprio. Os exemplares dados sobre o BPN só arrepiam quem ainda não viu um porco andar de bicicleta. Como é que é possível que a intervenção neste banco, onde parece não existirem nenhuns culpados sobre o que aconteceu, tenha custado até agora 5,3 mil milhões de euros, um valor superior aos depósitos existentes aquando da nacionalização? Quem permitiu esta loucura? E depois vem pedir-se candidamente aos portugueses para apertar o cinto, para ficarem sem subsídios de férias e de Natal, com serviços de saúde e transportes públicos mais caros enquanto se criam mais impostos.
Como se isso não bastasse verifica-se agora que há dívidas incobráveis, referentes a empréstimos milionários para a aquisição, por exemplo, de participações accionistas que hoje valem muito menos. O problema disto, como se viu na Abertura do Ano Judicial, é que a própria justiça, entretida em guerras internas, não está disponível para que alguma moralidade e bom senso regresse ao país. Tudo se faz à descarada, como se já não existisse vergonha. E não existe porque deixaram de existir culpados ou condenações. Um dos grandes problemas de Portugal é a segurança - jurídica e judicial.
Há leis mas elas só servem para enfeitar. Nunca se resolve, com celeridade e eficácia, os problemas da sociedade. Os problemas arrastam-se até ao esquecimento. Teme-se por isso mesmo que o grande mistério do BPN (tal como, noutra dimensão, o do BPP) nunca sejam cabalmente esclarecidos e tudo fique esquecido após a acção do Estado que foi despejando toneladas de dinheiro em cima de um problema criado por ausentes em parte incerta.
O problema é que o BPN representa muito do regime constituído depois do 25 de Abril, onde as cumplicidades subterrâneas acabaram por fazer do Estado um clube de interesses bem distribuídos política e economicamente. Numa altura de crise do país é evidente que uma coisa destas não deveria passar em claro. Mas parece que o dinheiro dos contribuintes esbulhados à força serve sobretudo para isso: para pagar os benefícios privados de alguns." (Fernando Sobral Jornal de Negócios.)
Sou Português, cumpri o Serviço Militar Obrigatório (10 meses)... já deixei a "dica" na Assossiação Nacional de Sargentos que estou deponivel para ingessar novamente a farda para ajudar a salvar o "meu" País.
ResponderEliminarEstão a ser cometidos CRIMES CONTRA A PÁTRIA PORTUGUESA, cuja a sentença só poderá ser a PENA CAPITAL!
Por incrível que pareça continuamos a ser tratados, pelo governo, como animais de carga, carneiros mansos e burros. Temos vergonha de ser portugueses, temos vergonha dos nossos representantes que alternam a sua actividade entre a politica, os negócios e "crimes".(Crimes que atentam contra a ética e que por isso, deviam estar legislados, mas não estão, pois não é conveniente).
EliminarE somam e seguem de cabeça erguida, impunes e sempre de bolsos cheios.
Para agravar o estado de revolta perante tamanha falta de vergonha e descaramento, temos casos de países que passaram pelo mesmo que nós, foram saqueados por políticos e banca, mas a justiça, deles, ao contrário da nossa, não optou por sacrificar o povo para pagar os disparates de alguns.
Na Finlândia, por exemplo a corrupção é quase nula, pois o governo tem formas duras de lidar com os corruptos e simultaneamente são muito exigentes nas escolhas dos lideres e acessores. Procuram profissionais com currículos de excelência e provas dadas em longas carreiras, e não políticos com "cadastro" e luvas recebidas.
Em Portugal iremos sustentar a corrupção até à exaustão e seremos ainda obrigados a tapar os buracos que os incompetentes deixam, nas suas "negociatas" ingénuas e ruinosas, com mafiosos. Até quando???
enquanto nós, como cidadãos, não fizermos nada para parar estas vergonhas, essa gentinha vai continuar a encher os bolsos e afundar o país cada vez mais
ResponderEliminarBASTAVA O POVO SABER COMO SE VOTA CONTRA OS PARTIDOS CORRUPTOS E PORTUGAL SERIA LIMPO DA CORRUPÇÃO. VOTEM EM PARTIDOS SEM ASSENTO PARLAMENTAR SÓ ISSO TEM VALOR E PUNE OS PARTIDOS CORRUPTOS. Nos paises menos corruptos do mundo a democracia funciona porque as pessoas sabem votar e usam o voto, 90% votam... aqui só temos eleitores ignorantes por isso quem não funciona são os eleitores e não a democracia.
ResponderEliminarA abstenção afinal obtém um resultado contrário, ao que pretendem os abstencionistas
Por isso, o que me chateia na vossa abstenção é a falta de colaboração num trabalho importante. Não é uma questão de direitos ou deveres cívicos em abstracto. O problema é concreto. Temos uma tarefa difícil, da qual depende o nosso futuro, e vocês ficam encostados sem fazer nada.
Isto tem consequências graves para a democracia. Quando a maioria não quer saber das propostas dos partidos, está-se nas tintas para o desempenho dos candidatos e nem se importa se cumprem os programas ou não, o melhor que os partidos podem fazer para conquistar votos é dar espectáculo. Insultarem-se para aparecerem mais tempo na televisão mentirem para agradar. Vocês dizem que se abstêm porque a política é uma palhaçada mas a política é uma palhaçada porque vocês não votam. Vocês não exercem o vosso dever de votar contra quem faz mal ao país. O vosso de dever e direito de punir os que lesam o país nas urnas.
A culpa é vossa porque não é preciso muita gente votar em palhaços para os palhaços ganharem. Basta que a maioria não vote.. Basta abanar o pano da cor certa e, se mais ninguém vota, eles ficam na maioria. Mas se vocês colaborassem e se dessem ao trabalho de avaliar as propostas, julgar e punir os partidos que há 40 anos destroem o teu país, se os responsabilizassem pelas promessas que fazem e votassem contra os que mentiram, deixava de haver palhaços, interesseiros e imbecis na política.
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