 S. Bento contrata empresa de serviços externos para atender telefonemas, quando tem ao seu dispor 31 funcionários do quadro, disponíveis para estes serviços.
S. Bento contrata empresa de serviços externos para atender telefonemas, quando tem ao seu dispor 31 funcionários do quadro, disponíveis para estes serviços. A empresa foi contratada pelo Governo Sócrates. Passos Coelho baixou a despesa mas mantém o contrato.
A título de comparação, em anos anteriores os valores em causa foram os seguintes:
- 2010 - 51.661,80 euros + IVA, correspondendo a um encargo mensal de 4.305,15 euros + IVA;
- 2011 - 36.360,00 euros + IVA, correspondendo a 3.305,45 euros + IVA mensais;
- 2012 - 10.473,30 euros + IVA, correspondendo a 1.163,70 euros + IVA mensais;
- 2013 - 12.567, 96 euros + IVA, correspondendo a 1.047,33 euros + IVA mensais.
- 2014 - 25 mil euros?
A gestora da empresa é Catarina Flores, na imagem. Artigo completo. 
Partilho aqui o comentário de Ricardo Araújo Pereira, a este assunto, e a forma como ele satiriza o despesismo do estado e o mau uso de recursos humanos.
"Mestrado em atendimento de conexões telefónicas
De acordo com o jornal i, o primeiro-ministro contratou uma empresa para atender os telefones na sua residência oficial pelo valor anual de 12 mil e 500 euros. Pronto, é assim que começa a demagogia, que é tão nefasta.
Como é evidente, esta empresa não foi contratada para levar a cabo uma tarefa tão simples como atender telefones. Isso seria ridículo.
Segundo o contrato, os funcionários desta empresa vão desempenhar "as funções de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas". Assim é que é.
Só de ouvir a descrição, cansa. Trata-se de um cargo que exige um currículo bastante vasto: assim, à primeira vista, faz falta formação em secretariado, para o atendimento, em gestão, para a gestão propriamente dita, vocação para as letras, para o registo, e talvez umas luzes de psicologia, para o encaminhamento.
Creio, contudo, que o gabinete de Passos Coelho devia exigir mais deste tipo de profissional. Se eu mandasse, as funções seriam bastante mais alargadas. Quem tem a seu cargo os telefones do palácio de S. Bento deve quanto a mim proceder ao atendimento, auscultação, assimilação e processamento dos dados auscultados, gestão, coordenação de linhas, manuseamento de teclas e auscultadores, registo, encaminhamento de chamadas e desligamento das mesmas.
O contrato proposto pelo gabinete do primeiro-ministro, deixando de fora, entre outros elementos, a auscultação, o manuseamento de teclas e o próprio desligamento das chamadas, está a abrir uma brecha para a prestação de um serviço de menor qualidade, e não se compreende que os serviços jurídicos do governo tenham deixado passar questões desta relevância. Aliás, a notícia do i terminava dizendo que o jornal tinha tentado contactar o gabinete do primeiro-ministro mas, até ao fecho da edição, não tinha conseguido obter qualquer resposta. Pode ter havido problemas no encaminhamento, ou até na própria gestão, mas não me surpreenderia que a ausência de resposta se devesse a um conflito laboral originado pela não inclusão, no contrato, do manuseamento de teclas.
Uma das questões que o gabinete do primeiro-ministro deixou por responder foi esta: por que razão foi necessário contratar uma empresa se o palácio de S. Bento já dispõe de dez secretárias pessoais, nove auxiliares, e 12 pessoas a prestar apoio técnico-administrativo? Muito provavelmente, nenhum desses 31 profissionais tem competências para desempenhar um cargo tão exigente. E assim, quando quiser marcar um voo (em classe económica, para poupar), ou comunicar a outro elemento do governo mais um corte, com vista a aliviar a despesa, em princípio será a um funcionário desta empresa de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas que Passos Coelho vai recorrer. Esperemos que resulte." Ricardo Araújo Pereira
"Mestrado em atendimento de conexões telefónicas
De acordo com o jornal i, o primeiro-ministro contratou uma empresa para atender os telefones na sua residência oficial pelo valor anual de 12 mil e 500 euros. Pronto, é assim que começa a demagogia, que é tão nefasta.
Como é evidente, esta empresa não foi contratada para levar a cabo uma tarefa tão simples como atender telefones. Isso seria ridículo.
Segundo o contrato, os funcionários desta empresa vão desempenhar "as funções de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas". Assim é que é.
Só de ouvir a descrição, cansa. Trata-se de um cargo que exige um currículo bastante vasto: assim, à primeira vista, faz falta formação em secretariado, para o atendimento, em gestão, para a gestão propriamente dita, vocação para as letras, para o registo, e talvez umas luzes de psicologia, para o encaminhamento.
Creio, contudo, que o gabinete de Passos Coelho devia exigir mais deste tipo de profissional. Se eu mandasse, as funções seriam bastante mais alargadas. Quem tem a seu cargo os telefones do palácio de S. Bento deve quanto a mim proceder ao atendimento, auscultação, assimilação e processamento dos dados auscultados, gestão, coordenação de linhas, manuseamento de teclas e auscultadores, registo, encaminhamento de chamadas e desligamento das mesmas.
O contrato proposto pelo gabinete do primeiro-ministro, deixando de fora, entre outros elementos, a auscultação, o manuseamento de teclas e o próprio desligamento das chamadas, está a abrir uma brecha para a prestação de um serviço de menor qualidade, e não se compreende que os serviços jurídicos do governo tenham deixado passar questões desta relevância. Aliás, a notícia do i terminava dizendo que o jornal tinha tentado contactar o gabinete do primeiro-ministro mas, até ao fecho da edição, não tinha conseguido obter qualquer resposta. Pode ter havido problemas no encaminhamento, ou até na própria gestão, mas não me surpreenderia que a ausência de resposta se devesse a um conflito laboral originado pela não inclusão, no contrato, do manuseamento de teclas.
Uma das questões que o gabinete do primeiro-ministro deixou por responder foi esta: por que razão foi necessário contratar uma empresa se o palácio de S. Bento já dispõe de dez secretárias pessoais, nove auxiliares, e 12 pessoas a prestar apoio técnico-administrativo? Muito provavelmente, nenhum desses 31 profissionais tem competências para desempenhar um cargo tão exigente. E assim, quando quiser marcar um voo (em classe económica, para poupar), ou comunicar a outro elemento do governo mais um corte, com vista a aliviar a despesa, em princípio será a um funcionário desta empresa de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas que Passos Coelho vai recorrer. Esperemos que resulte." Ricardo Araújo Pereira
 
 
 
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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
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