Um calote com 40 anos, quando é possível pagar!
No dia 25 de Abril deste ano (2014) comemoram-se os 40 anos do fim da ditadura.
A descolonização que daí adveio foi tudo menos bem-organizada e/ou minimamente responsável.
Foi toda ela feita em cima do joelho. Se não tivesse sido assim, muitos portugueses não tinham perdido tudo o que tinham.
E nem falemos de Timor Leste...o próprio Ali Alatas chegou a falar contra Portugal.
Não houve a menor preocupação, o menor interesse, o menor zelo pelos cidadãos portugueses em países ultramarinos, ou pelas suas propriedades. Houve, pelo contrário, um total abandono, uma total desconsideração pelos mesmos, que ficaram entregues à sua própria sorte. Há até quem diga que só faltou às tropas (depois de passarem anos a defender os portugueses nas colónias) apontarem as armas contra as pessoas para as obrigar a sair de lá. Por as tropas estarem fartas daquilo.
Se quem tomou o poder pretendia que Portugal deixasse as colónias, podia levar a cabo tal objetivo de forma ordeira e planeada; se alguém fosse, devido à descolonização, obrigado a sair do sítio onde vivia e deixar o que era seu para trás, quem passara a estar no poder tinha o dever de indemnizar esse alguém. Mas achou-se que tal coisa era impossível, ou não tinha importância, então fez-se disso um problema menor (ou problema nenhum). E o mexilhão (todo o português que vivesse no continente africano) que se lixasse. E como o mexilhão até tinha fama de explorador, ninguém teve pena. O rótulo de retornado teve uma péssima conotação.
Lembro-me de associações de espoliados, formadas poucos anos depois da descolonização, fecharem, com o tempo, uma após outra. Lembro-me de há alguns anos atrás, Paulo Portas tentar defender a causa dos espoliados, trazendo ao de cima a questão da indemnização, e de ser aclamado à saída do Parlamento por causa disso. Lembro-me de haver um orador em pleno Parlamento, a dizer que não valia a pena voltar a abrir feridas que estavam saradas, numa pura manobra para terminar com a polémica: as feridas nunca foram saradas, as pessoas ainda hoje têm interesse na questão. Lembro-me de ter sido criado um comité para a resolução do problema da indemnização, e que depois foi extinto.
Em suma: Portugal deu o exemplo a nível mundial de como não fazer uma descolonização, e de como não tratar de dinheiro com as pessoas!
E há 40 anos que os espoliados do ultramar lutam por receber a sua devida e merecida indemnização!
Peço agora que se consulte este site: http://www.espoliadosultramar.com/.
Ao percorrer o índice, pode-se perceber no ponto 70 uma questão legítima: se há fundos vindos da Europa que são para nos ajudar a dar conta dos problemas por cá, então bem podiam servir para resolver este problema da indemnização que refiro, não é?
Sei que estamos em dívida, em défice, com a troika pelo pescoço, mas não pode ao menos ficar registado isto, ficar acordado que se devem usar fundos para indemnizar os espoliados, para quando se puder pagar? É que se o Estado tem atualmente de pagar aos seus credores, aqueles que têm esta indemnização para receber também são credores do Estado, e a sua espera é mais longa que a de muitos outros!
Já sei que a desculpa do Estado vai ser a de que não vai preocupar-se em resolver uma questão com 4 décadas, por já estar mais que posta uma pedra sobre o assunto. Pois a questão é que não está! E a intenção do Estado ao agir desta maneira durante estes anos todos, é fazer com que toda a gente que pode defender a causa dos espoliados se desinteresse, se esqueça, ou morra de velhice sem nada conseguir!
Podem verificar no ponto 72 do índice acima referido, que Itália, passados uns anos, pagou a quem foi obrigado a sair de lá, com o dinheiro valorizado pelo tempo, por causa da inflação. E Portugal, passados 40 anos, continua a fazer de conta que não se passou nada digno de repreensão!
Acho que é exatamente nos dias de hoje, em que se comemoram os 40 anos do 25 de Abril, em que a luta contra a corrupção está na ordem do dia, em que as pessoas vêem o seu dinheiro ser sugado para fora dos seus bolsos e o seu futuro posto em risco, e em que Paulo Portas que, relembro, defendeu antes esta causa é agora vice-primeiro-ministro, e portanto tem poder para a resolver, que o Estado deve dar o exemplo e pôr finalmente termo a este calote monumental e histórico de 4 décadas!
Agradeço desde já que quem puder dar o seu contributo para este desígnio, por favor o faça, e peço a quem ler isto que por favor divulgue.
Obrigado.
Escrito por um descendente de espoliados do ultramar.
Resta-me recordar ao autor deste texto que Paulo Portas é apenas um defensor de causas que o promovam, depois de promovido, as causas ficam esquecidas. O que ele busca é poder e dinheiro, jamais se preocupou com a justiça, ou a honestidade e integridade moral.
Basta ver estes video, e conheceremos as incríveis mutações que o dinheiro e poder operam no ser humano.
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Diz um maluco pró outro: "Então vais votar a 25 de Maio?" ao que o outro responde: "Tás doido ou quê? Sou louco mas não tanto! Achas que tenho cara de palhaço para fazer parte desse circo a que chamam democracia? Já viste que o teu voto serve apenas para ratificar as listas deles? Como é que tu podes responsabilizar e escrutinar pessoalmente o trabalho dos deputados? Não podes, meu. E digo-te mais, os partidos não abrem mão desse poder. Senão como é que o aparelhismo sobrevivia? Isto é tudo uma fantochada, pá! Se eles reformassem isto e dessem a oportunidade de, pelo menos, na lista indicarmos o nosso preferido, eu ainda ia lá votar. Agora assim, só se eu fosse muito tolo!" E o 1º diz: "Não percebi patavina, mas enfim... eu sou choné!"
ResponderEliminar200 CAPITÃES
ResponderEliminarIniciaram um período de quase 40 anos, em que se formaram os Partidos que eles consentiram, com os seguintes resultados :
• Portugal ficou reduzido a 1/29 do seu território
• Em Angola, Moçambique e Timor iniciam-se guerras terríveis, com centenas de milhares de mortos entre aqueles que 1 ano antes eram Portugueses.
• Por todas as ex províncias ultramarinas se implantaram ditaduras comunistas horríveis, que levaram à destruição completa do legado deixado.
• De Potência Pluricontinental passamos a frágil zona ultraperiférica na europa
• De crescimentos económicos acima de 13% ao ano, rapidamente passamos para largos períodos de tempo próximos da recessão
• De uma Escudo que oscilava com o Marco Alemão entre a 3ª e a 4ª moeda mais forte do mundo passamos de desvalorização em desvalorização para ZERO no mercado cambial até definitivamente perdermos o poder soberano de emitir moeda própria – Entrando no Euro sem que ninguém perguntasse aos Portugueses se estava de acordo.
• Entramos três vezes em bancarrota, perdendo sucessivamente soberania para os credores que nos resgataram a peso de oiro.
• De um estado que estoicamente tinha recuperado dos desvarios da 1ª República, e sem dívida, passamos a ter um peso de dívida largamente acima dos 100% do PIB
• Quando a Europa nos fecha a torneira da caridade Alemã, e deixamos de receber de fora o dinheiro que esta Democracia não produz, descobrimos que atingimos os níveis de pobreza maiores de sempre, com centenas de milhares de Portugueses a passar fome.
• Os níveis de corrupção tornaram-se nos maiores de sempre, com uma promiscuidade entre poder económico e poder político como nunca se viu antes.
• A Justiça tornou-se forte com os fracos e fraca com os fortes. Os Processos judiciais tornaram-se lentíssimos, e a Lei tornou-se inútil, porque a impunidade convidou à prevaricação.
• PORTUGAL perdeu a Soberania e vive hoje de mão estendida à caridade Europeia, gastando o que não produz, e mordendo raivosamente na mão de quem o alimenta.
VALEU A PENA ?