Em Portugal a imprensa é silenciada pelos políticos.


Ricardo Araújo Pereira, explica como os políticos conseguem ter os órgãos de informação ma mão. Ou pelo menos tentam... não custa nada.

Libertinagem de imprensa
Vivem-se em Portugal sucessivos casos Etagretaw. Os casos Etagretaw, uma especialidade portuguesa, são casos Watergate ao contrário: em vez de serem escândalos políticos denunciados por jornalistas, são escândalos jornalísticos denunciados por políticos

É sempre a mesma coisa: isto das liberdades acaba por redundar em libertinagem. Ao abrigo da liberdade de imprensa, vários jornalistas têm urdido uma astuta conspiração contra Miguel Relvas. Primeiro, Pedro Rosa Mendes fez-se à censura. Como os futebolistas que se fazem ao penalty, o jornalista encostou-se ao adversário e atirou-se para o chão. Maldosamente, guardou para o fim do contrato um texto muito azedo acerca de um programa televisivo gravado em Angola para depois associar a normal (e há muito prevista, embora em segredo) cessação do contrato a um episódio de censura. Ricardo Alexandre, outro jornalista, conluiou-se com Rosa Mendes e demitiu-se, depois de confirmar que as crónicas tinham acabado por causa do que lá era dito, e não porque o contrato estivesse no fim.
         
Entretanto, uma jornalista, uma editora e toda a direcção do jornal Público acusam agora Miguel Relvas de ter feito pressão sobre o jornal e ter ameaçado divulgar dados pessoais da jornalista na internet. Mais uma vez, a maquinação é muito bem urdida. A especial perfídia dos jornalistas está no facto de a história ser verosímil. Como Relvas recebia relatórios de um senhor que era espião e tinha um arquivo cheio de dados relativos à vida privada de várias pessoas, a verosimilhança das ameaças pode convencer os parvos. Mas, em Portugal, o que parece, não é. E o que não parece ainda é menos. Na verdade, em Portugal, quase nada é.
Relvas não é o primeiro político a ser alvo de uma conspiração jornalística. No tempo de Sócrates, vários profissionais da comunicação social fizeram de tudo para simular que estava em curso uma operação do Governo para controlar a TVI. Felizmente, no nosso país estes estratagemas não são bem sucedidos, e os políticos não se deixam apanhar nas ratoeiras. Sócrates acusou o Jornal de Sexta da TVI de ser um telejornal travestido; Relvas acusa o Público de fazer jornalismo interpretativo. Denunciados o travestismo e a interpretação, puderam continuar a sua vida.
No fundo, vivem-se em Portugal sucessivos casos Etagretaw. Os casos Etagretaw, uma especialidade portuguesa, são casos Watergate ao contrário: em vez de serem escândalos políticos denunciados por jornalistas, são escândalos jornalísticos denunciados por políticos.
Há que pôr ordem nesta imprensa. Isto só vai lá com um Miguel Relvas em cada esquina. Ou talvez esquina sim, esquina não. José Sócrates alterna nas outras esquinas, que também merece. fonte

Quando tentaram silenciar Ana Leal
Jornalista agredida
O paraíso da corrupção 
O paraíso dos tachos
O paraíso do BPN


3 comentários:

  1. em 4 de março de 2014 toda a banca do planeta vai fechar
    vão então perceber para que serviu todo este folclore

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.