AFINAL, QUEM SÃO OS FASCISTAS?

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E salta a polémica, mais uma para deixar a ferver os comentadores que prezam e desprezam os regimes abaixo citados... 
Para mim o cerne da questão surge apenas após a frase; Agora, está tudo muito melhor, (...) 
Mas a maioria irá concentrar-se no que está antes disso... e vai dar muita polémica, ou não?

"Acabemos de vez com este desbragamento, este verdadeiro insulto à dignidade de quem trabalha para conseguir atingir a meta de pagar as contas no fim do mês.
Corria o ano de 1960 quando foi publicada no "Diário do Governo" de 6 de Junho a Lei 2105, com a assinatura de Américo Tomaz, Presidente da República, e de A. Oliveira Salazar, Presidente do Conselho de Ministros.
Conforme nos descreve Pedro Jorge de Castro no seu livro "Salazar e os milionários", publicado pela Quetzal em 2009, essa lei destinou-se a disciplinar e moralizar as remunerações recebidas pelos gestores do Estado, fosse em que tipo de estabelecimentos fosse. Eram abrangidos os organismos estatais, as empresas concessionárias de serviços públicos onde o Estado tivesse participação accionista, ou ainda aquelas que usufruíssem de financiamentos públicos ou "que explorassem actividades em regime de exclusivo". Não escapava nada onde houvesse investimento do dinheiro dos contribuintes.

E que dizia, em resumo, a Lei 2105?
Dizia simplesmente que quem quer que ocupasse esses lugares de responsabilidade pública não podia ganhar mais do que um Ministro.
Claro que muitos empresários logo procuraram espiolhar as falhas e os buraquinhos por onde a Lei 2105 pudesse ser torneada, o que terão de certo modo conseguido pois a redacção do diploma permitia aos administradores, segundo transcreve o autor do livro, "receber ainda importâncias até ao limite estabelecido, se aos empregados e trabalhadores da empresa for atribuída participação nos lucros".

Em 13 de Setembro de 1974, catorze anos depois da lei "fascista", e seguindo sempre as explicações do livro de Pedro Castro, o Governo de Vasco Gonçalves, militar recém-saído do 25 de Abril, pegou na ambiguidade da Lei 2105/60 e, pelo Decreto Lei 446/74, limitou os vencimentos dos gestores públicos e semi-públicos ao salário máximo de 1,5 vezes o vencimento de um Secretário de Estado. Vendo bem, Vasco Gonçalves, Silva Lopes e Rui Vilar, quando assinaram o Dec.-lei 446/74, pura e simplesmente reduziram os vencimentos dos gestores do Estado do dobro do vencimento de um Ministro para uma vez e meia o vencimento de um Secretário de Estado. O Decreto- Lei 446/74 justificava a alteração nos referidos vencimentos pelo facto da redacção pouco precisa da Lei 2105/60 permitir "interpretações abusivas", o que possibilitava "elevados vencimentos e não menos excessivas pensões de reforma".

Ao lermos hoje esta legislação, parece que se mudámos, não de país mas de planeta, pois tudo isto se passou no tempo do "fascismo" (Lei 2105/60) e do "comunismo" (Dec.-Lei 446/74).
Agora, está tudo muito melhor, sobretudo para esses "reis da fartazana" que são os gestores estatais dos nossos dias: é que, mudando-se os tempos mudaram-se as vontades e, onde o sector do Estado pesava 17% do PIB, no auge da guerra colonial, com todas as suas brutais despesas, pesa agora 50%.
E, como todos sabemos, é preciso gente muito competente e soberanamente bem paga para gerir os nossos dinheirinhos.
Tão bem paga é essa gente que o homem que preside aos destinos da TAP, Fernando Pinto, que é o campeão dos salários de empresas públicas em Portugal (se fosse no Brasil, de onde veio, o problema não era nosso) ganha a monstruosidade de 420.000 euros por mês, um "pouco" mais que Henrique Granadeiro, o presidente da PT, o qual aufere a módica quantia de 365.000 mensais.
Aliás, estes dois são apenas o topo de uma imensa corte de gente que come e dorme à sombra do orçamento e do sacrifício dos contribuintes, como se pode ver pela lista divulgada recentemente por um jornal semanário, onde vêm nomes sonantes da nossa praça, dignos representantes do despautério e da pouca vergonha a que chegou a vida pública portuguesa.

Assim - e seguindo sempre a linha do que foi publicado - conhecem-se 14 gestores públicos que ganham mais de 100.000 euros por mês, dos quais 10 vencem mais de 200.000.
O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, o mesmo que estima à centésima o valor do défice português, embora nunca tenha acertado no seu valor real, ganhava 250.000 euros/mês, antes de ir para o exílio dourado de Vice-Presidente do Banco Central Europeu.
Entretanto, para poupar uns 400 milhões nas deficitárias contas do Estado, o governo não hesita em cortar benefícios fiscais a pessoas que ganham por mês um centésimo, ou mesmo 200 e 300 vezes menos que os homens (porque, curiosamente, são todos homens...) da lista dourada que o "Sol" deu à luz há pouco tempo.
Não é preciso muito, nem sequer é preciso ir tão longe como o DL 446/74 (...) Basta ressuscitar a velhinha, mas pelos vistos revolucionária Lei 2105/60, assinada há 50 anos por Oliveira Salazar."
Vasco Garcia,  Professor Catedrático

Conheça as razões porque se mantém este abuso, aqui... 

"José Silva Lopes disse hoje que se Portugal tivesse uma lei que punisse os violadores das regras orçamentais, o presidente do Governo Regional da Madeira não seria eleito há mais de duas décadas.
"As pessoas que violassem regras orçamentais teriam de ter uma punição. Aos políticos, defendo que a punição teria de ser a não reelegibilidade durante dez anos", afirmou Silva Lopes.
"Esse senhor é um incompetente, foi um colaboracionista dos governos comunistas de Vasco Gonçalves e foi um desastre quando esteve no Governo", declarou o social-democrata Alberto João Jardim." 
fonte

9 comentários:

  1. Bom Artigo, Zita,

    Não vale a pena andar com eufemismos. Não conheço nada mais abjecto que este regime.
    Com pessoas de qualidade até uma má ideologia pode funcionar bem. Com esta gente só funciona o fluxo de dinheiro de nós para eles. Resume-se a isto.

    Ao menos o Salazar geria bem o estado, sem gastos inúteis, sem mordomias excessivas, sem PPPs. Os diplomatas do tempo de Salazar queixava-se que quando iam ao estrangeiro a ajuda de custo mal dava para almoçar, e ficavam sempre em hotéis modestos.
    Acredito que houvesse coisas menos boas. Mas a questão é nunca ouvimos ninguém a valorizar as boas.
    A Honestidade é coisa antiquada e fora de moda nesta pseudo-republica.
    Comparem Salazar com o Ceausescu(Roménia Comunista). Estes é que defendiam os trabalhadores não era? O Povo romeno vivia na miséria e o defensor dos trabalhadores vivia num palácio todo forrado a ouro. E muitos outros casos destes havia no mundo Marxista.

    Agora é evidente, que havia problemas, embora muitos causados por factores externos. O Mundo da alta-finança não gostava que o Salazar não aceitasse dinheiro emprestado.
    É emprestando dinheiro que o mundo da alta finança toma o controlo de um pais.





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  2. Zita,
    Por ora é só para lhe deixar um
    BEIJO

    Mas eu já cá volto para "postar" mais uma coisa interessante sobre o Fascismo, desta feita o verdadeiro, o italiano.
    Até já.

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    1. Ok venha de lá essa polémica incendiária, que eu sei que vocês adoram...
      A mim pessoalmente .... O faxismo não me interessa nem o comunismo nem os socialismo, nem outros ismos, sei que interessam a muitos portugueses, mas a mim interessam-me os seres humanos e as suas capacidades e qualidades.
      Se um ser for honesto, competente, humano, justo, até o podem chamar de "neozelismo" eu busco resultados e pessoas e não rastos do passado. Como disse o cerne do artigo e o que se denuncia é o estado a que chegamos hoje, não devido a partidos ou correntes ideológicas mas pura e simplesmente devido à corrupção e incompetência, à impunidade e ignorância do povo português, que tudo aceita e pactua.

      Devo ser uma revolucionária niilista... partindo do nada "Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro".


      "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
      Estendendo-me os braços, e seguros
      De que seria bom que eu os ouvisse
      Quando me dizem: "vem por aqui!"
      Eu olho-os com olhos lassos,
      (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
      E cruzo os braços,
      E nunca vou por ali...
      A minha glória é esta:
      Criar desumanidades!
      Não acompanhar ninguém.
      — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

      ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2011/05/para-melhor-se-entender-o-percurso.html#ixzz2LuXTGaFs

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  3. Carta del Lavoro:

    No tocante ao descanso aos domingos, a lei n. 370 de 22 de Fevereiro de 1934, coordena e aperfeiçoa as disposições já existentes, relativas a estes assuntos. Salvo o casos previstos pela lei, (para os trabalhos que têm tendências técnicas especiais) todos os trabalhadores têm direito ao descanso de 24 horas, nos domingos.

    É notório, que o Governo Fascista foi um dos primeiros que adoptou as oito horas de trabalho e foi o primeiro que adoptou as quarenta horas semanais e a limitação do trabalho extraordinário.


    XVI.


    Depois de um ano de serviço ininterrupto os que trabalham nas empresas, onde o trabalho é contínuo, têm direito a um período anual de férias remuneradas.


    * * * * *


    O princípio afirmado nesta Declaração, teve aplicação para os empregados privados, em virtude do art. 7 n. 1825 do Decreto Lei de 13 de Novembro de 1924, que estabelece o descanso retribuído. Todos os anos, o empregado tem direito a um período de férias que varia de 10 a 30 dias, segundo a duração do serviço prestado.


    - Benito Mussolini, O Estado Corporativo

    Zita, a maioria que por aí polula é mesmo ignorante mas atenção aos cabrões dos terroristas intelectuais, a esta escumalha (da esquerda à direitinha) não lhe vamos perdoar.

    Beijo

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  4. Pedro Lopes,
    Não vale a pena. Esse aí é mais um ignorante pavloviano de que falava, claro por culpa dos terroristas intelectoides.

    beijo à niilista da Zita ;-) é uma super-mulher quase à maneira de Zaratustra. :-) :-)

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    1. Esta inventei agora
      espero que não venham a descobrir que os nilistas mataram imensos inocentes, pq sendo assim fico-me pela citação.... ehehehehehe

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  5. «Portanto agradecia que refizesse o seu comentário, ou arrisco-me a que me fechem o istaminé... e haveria muita gente feliz com isso, e não é isso que se quer. Pelo menos que não sejamos nós a silenciar-mo nos .... »

    Ó "anónimo N" nós sabemos que tens razão (nem toda)mas a Zita está tambem certa quanto ao destino do blogue se os nazi-fascitas vierem para aqui usar o coração em vez da cabeça.

    Sied"


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    1. Tive que remover eu o comentário já que continha vários insultos pessoais dirigidos ao comentador anterior. E o anónimo não apareceu por cá... para o alterar.
      Se alguém quiser defender regimes que são conhecidos pela opinião pública, como sanguinários, como é o caso do extermínio em massa de judeus, que os defenda, mas que se explique sem ofender os comentadores, e explicando o que defende. Por amor da santa... não me deixem no ar a sensação de que defendem o exterminio de judeus, ou a utilização da bomba atómica, ou outra qualquer forma de destruição de inocentes.


      Há que respeitar o blog, e os leitores e há acima de tudo que saber expor opiniões de forma a que não fique no ar a sensação que estamos num espaço de violência e radicalismos...

      Há que perceber que existem conceitos enraizados e que não é há bruta que se extraem. Se queremos mudar conceitos e ideias, temos que saber usar a empatia, para conseguirmos chegar a alguém.

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  6. «Qualquer dia querem que o presidente do Grupo Parlamentar do PS ande de Clio quando se desloca em funções oficiais», comentou Assis, citado por um deputado socialista.

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.