O deputado "cagão" |
Esta é original.
Para o caso de alguém estar interessado em pagar, muito bem, pelos seus serviços. Nunca se deve desperdiçar uma grande oportunidade...
É essa, e sempre foi, a alma do negócio.
Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... deputado!! A mediocridade não enxerga além de si mesma, já dizia Doyle e, antigamente este tipo de pessoas recebiam apropriado adjectivo mas hoje, ainda que tal aconteça pouco lhes importa... já perderam a noção do ridículo e a vergonha!
"Sim a fotografia é verdadeira. Sim o senhor existe de facto e é deputado (ou era) da Assembleia da República. Chama-se Aurélio Paulo da Costa Henriques Barradas e é deputado há duas legislaturas sem que (pelo menos eu) tenha ouvido falar neste nome uma única vez até me chegar esta pérola via correio electrónico. Habilitações Literárias: Licenciatura em Humanidades, Mestrado em História e Cultura Medieval Portuguesa e frequência de Doutoramento em História Medieval. Profissão: Professor do Ensino Secundário. Cargos que desempenha: Deputado na XI Legislatura.
Dizia o mail que me chegou: "numa das principais artérias da cidade de Lamego, não vai precisar de muita atenção para esbarrar numa original placa. Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... Deputado!"
A única explicação para a existência de tão descabida placa, e dada a formação do caríssimo deputado Aurélio em cultura Medieval será a necessidade de na época (Idade Média tardia) existir o hábito de distinguir as classes sociais e profissões com placas, sinais nas portas ou gravuras nas paredes das habitações próprias. Uma coisa de estatuto e estratificação. Em Amesterdão, em algumas casas seculares dos canais ainda é bem visível este legado. Um sinal que aponta que naquele preciso local ou habitação viveu em tempos um padeiro, um ferrador, um artífice, um pintor ou escultor e até um idiota, agora um deputado realmente jamais em tempo algum tive oportunidade de presenciar, mas em Lamego pelos que se pode constatar existe mesmo.
Julgará este senhor que ser deputado é uma profissão com especial estatuto fora da AR, de tal forma que deva ser assinalado através de uma placa, para que qualquer transeunte deva estar ciente que em determinado edifício, loja ou escritório o Aurélio (não o professor do Secundário, o mestre ou quase doutorado) mas o deputado Aurélio por ali anda, vive ou passa umas horas? Também andará este senhor com um autocolante no automóvel a dizer "deputado a bordo"?
Ps: o termo cagão não é usado num tom pejorativo, é a nobre arte de armar aos cágados bem típica no nosso país. Parecemos ou queremos parecer quase sempre mais do que na realidade somos. É um expressar muito português, somos todos uns cagões de primeira. Um agradecimento especial ao amigo Fernando Figueiredo Viseu, Beira Alta, Portugal e um abraço." fonte
Realmente percebe-se que não tenham dado seguimento aos pedidos de redução do numero de deputados.
ResponderEliminarUm pouco triste falar do que pouco se sabe, seria bom termos acesso a todos aqueles que nos representam quanto mais não sejam para lhes podermos chamar incompetentes na cara, este sabíamos onde poderia ser encontrado na legislatura anterior... E os desta?
ResponderEliminarResposta de Paulo Barradas a Ramiro Moreira, pseudo-comentador e autor doa texto que publica no seu blogue
ResponderEliminarCaro Ramiro Moreira
Desde já agradeço penhoradamente a sua atitude e por, principalmente não cedendo ao juízo fácil, ter tido a amabilidade deste contacto.
A situação é a seguinte:
Sempre entendi que os deputados devem estar disponíveis e acessíveis aos eleitores. Essa acessibilidade e disponibilidade faz parte do mandato de quem quer servir, estar atento às necessidades das pessoas que nos elegeram; receber delas as ideias e os reflexos das políticas que o governo decide.
Com esse considerando, abri na minha cidade um “gabinete de atendimento ao eleitor” – num edifício onde existem outros escritórios de outras actividades. Um local onde sempre que posso, às segundas-feiras, estou disponível para receber quem quiser discutir, interrogar ou sugerir sobre as políticas do governo.
Ora, esse lugar que está devidamente identificado é, por isso, um ponto de encontro, um lugar onde e tão só, onde qualquer cidadão me pode procurar e colocar as suas questões.
A ideia foi fazer um mandato de proximidade com as pessoas. Sendo certo que os deputados são deputados da nação, não deixa de ser verdade que todos têm um território de proximidade – o seu círculo eleitoral. Esta iniciativa, que não é de agora, já tem mais de dois anos, nem sequer é uma novidade. Veja-se o caso do Parlamento Inglês, onde os deputados têm os seus gabinetes deste género (http://www.parliament.uk/about/mps-and-lords/members/mps/). Quis apenas credibilizar o meu mandato. Tenho obrigações com as pessoas que me elegeram e esta disponibilidade parece-me ser a mais básica dessas obrigações. É certo que hoje os meios de informação facilitam esse contacto, mas nem todas as pessoas têm essa possibilidade.
Tenho que confessar que tem sido para mim uma surpresa esta reacção. E começo a duvidar do alcance da minha atitude. Afinal, devem os deputados ser essas pessoas que apenas aparecem em época eleitoral; depois eclipsam-se? Se assim for, ninguém se incomoda? Ou incomoda, mas incomoda mais quando alguém resolve contrariar a ideia de que os deputados são “ausentes”? Ou então, que dizer dessa ideia reformista, que todos apregoam, dos “círculos uninominais” como possibilidade de aproximar os eleitos aos eleitores, de obrigar os deputados a prestar contas?
Caro Ramiro,
Já vê como uma boa intenção se pode transformar numa “ridicularia”, basta alguém querer fazê-lo. De qualquer modo, não sei se é um sinal de fraqueza: reformulei essa placa, deixando apenas o meu nome, protegendo, assim, o partido a que pertenço desta mediatização especiosa. Uma coisa é certa. Não vou desistir de uma convicção que tenho e que apenas pretende servir melhor, dignificar o meu mandato.
Muito obrigado pela sua consideração. Creia, fico agradecido por esta oportunidade de esclarecer.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Barradas
Caro Paulo Barradas... a situação a que se chegou, onde já ninguém acredita em deputados nem partidos é uma realidade. Não é culpa sua é culpa de todos os deputados que têm contribuído para que já não se confie nem acredite em políticos. Há gente honesta a sair da politica porque não suporta a corrupção ou a pressão dos corruptos. ^
EliminarEm Portugal , a ideia de que o parlamento é uma central de negócios e que os deputados utilizam o poder para favorecimentos que lesam que o estado... não é uma invenção nem um temor infundado, é sim a realidade dos portugueses.
Se as coisas chegaram a este estado, a culpa é de quem criou a situação que assim o permite. A culpa não é de quem desconfia mas de quem insiste em mostrar que não é de confiança-. Lamento que muitos levem por tabela... mas há também alguns que abandonam a politica por vergonha, pois não querem pertencer ao grupo de corruptos que marcam a politica actual.
http://www.youtube.com/watch?v=GcWahT9AW5M
EliminarResposta de Paulo Barradas a Tiago Mesquita
ResponderEliminarChamo-me Paulo Barradas
Venho a este espaço para agradecer a todos os que, através dos seus comentários, demonstraram entender o meu objectivo, simples, de ter alugado um espaço onde todas as semanas mais não faço do que cumprir - sem vaidades nem parolices, mas também assumindo a plenitude da função, e tão só - aquilo que o “Regimento da Assembleia da República” e o “Estatuto dos Deputados” determina: criar as condições necessárias para promover a proximidade com os eleitores – para mim, um requisito básico de se estar deputado. Portanto, um espaço que, por estar num edifício entre outros escritórios, tinha que estar sinalizado.
Quanto aos juízos do senhor Tiago Mesquita, apenas me apraz dizer o seguinte: o jornalismo é uma actividade nobre. Ora, o senhor T.M. não é um jornalista. É apenas alguém que, por ter oportunidade de escrever num jornal, julga ser lícito verter todo o néscio raciocínio, toda a mediocridade insana, em nome de uma Liberdade da qual, afinal, nada entende. É claro, que àqueles que acreditam no regime democrático, cabe o dever pedagógico de contribuir para a tolerância com estes que, têm bicos de pés maiores que as pernas, fazem da sua vaidade intelectual, reconhecida apenas pelos seus próprios egos, nada mais do que uma trincheira de onde disparam de olhos cegos, querendo afamar-se de grandes atiradores…
Quanto ao vocabulário de mau gosto por ser discurso de baixa estirpe, poderia dizer que “não ofende quem quer…” Ainda assim, seria muito. Fico-me com uma máxima que me ensinou o meu avô: “uma panela só cheira ao que tem lá dentro”.
P.S. Um agradecimento especial ao senhor T.M. e ao Expresso por esta oportunidade.
Cumprimento todos.
ResponderEliminarCom tantos professores doutores (por extenso) em áreas tão úteis aos portugueses, intriga-me como o país foi ao fundo.
Que diferença qualitativa haverá entre os garus académicos deste senhor e os do Sócrates e do Relvas?
Somos um país produtor de trafulhas em elevado ritmo, grande ambição e descaramento ímpar.
Excelentes para exportação.
Porque será que ninguém lá fora quer comprar os nossos fantásticos políticos?
Já sabe eleitor de Lamego: nas próxima eleições volte a votar no Barradas. Ele merece! (e você também...)
Doputado não será ,de certeza!!
ResponderEliminarAgora Doputedo será,de certeza!!
Eleições?O que é isso??É de comer,é de beber ou de fumar??Não conheço!!
Alguem que tenha a bondade de explicar-m´o!!
Agradecido,antecipadamente,pela explicação!!!!!!
Muitas vezes paga o justo pelo pecador. Nada me admira dada a ausência de credibilidade nos atuais políticos e isso certamente não é culpa dos cidadãos. Alias, como é possível acreditar em qualquer político num pais que consegue ser e continuar a ser vergonhosamente e descaradamente tão corrupto, com uma impunidade que faz invejar o mais corrupto dos corruptos em parte do Mundo.
ResponderEliminarMais uma inovação da propaganda politica ... ai se pega...
ResponderEliminarCambada de PODRES,não existe deputados credíveis.Existem sim, bons POLÍTICOS em Portugal,bem diferente de deputados eleitos para defender os direitos dos Portugueses,coisa que não fazem com DEVER...
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