AS ALDRABICES NA PRIVATIZAÇÃO DA TAP.

A TAP bem gerida, sem boys, sem tachos, sem corrupção, sem funcionários que trabalham apenas uma vez  por semana, sem regalias acima da média, poderia ser uma empresa sustentável e rentável.
A TAP, tal como muitas empresas minadas por boys, torna-se num albergue de aspirantes a ricos, sem esforço. Salários e regalias muito acima da média, nrº de funcionários muito acima do necessário, tudo situações que a transformam num antro de despesismo...
Haveria sempre uma opção melhor para os portugueses, mas que nunca é opção... Gerir as empresas públicas, por gestores competentes em vez de boys, contratar apenas os empregados necessários em vez de albergar infinitos boys, impor regras e salários sustentáveis em vez de luxos, seria a opção mais benéfica para todos.
No entanto o modus operandi que já conhecemos na gestão pública, continua a falir todas as Empresas Públicas, sacrificadas à cunha, ao tacho, à incompetência, à gestão criminosa impune, à irresponsabilização, ao premiar de incompetentes.
Escolher entre, possuir uma empresa com constantes prejuízos e assaltada pela corrupção, ou a sua privatização, creio que nos resta a privatização... Mas justa.

UMA PROPOSTA INACEITÁVEL por Daniel Oliveira | Expresso
"Germán Efromovich é o único candidato à privatização da TAP. Se não fosse pelo erro de privatizar uma empresa estratégica que não recebe, por imposição europeia, dinheiros públicos, a falta de opções deveria chegar para o Estado repensar a sua privatização. Mas o pior é que a proposta única que está em cima da mesa é inaceitável. Efromovich assumirá uma injeção de cerca de 300 milhões no capital da TAP e pagará ao Estado a miserável quantia de 20 milhões de euros. E, diz ele, assumirá um passivo (DIVIDAS) de 1,2 mil milhões de euros.
O economista e professor universitário Ricardo Cabral fez as contas e concluiu: é incrível que se diga que o empresário se propõe assumir o passivo (DIVIDAS) . O passivo da TAP é assumido pelos ativos (BENS QUE A TAP POSSUI E VALORES) da TAP. Ou seja, Germán Efromovich nunca irá assumir os 1,2 mil milhões de passivo (a dívida líquida é 1,05 mil milhões). Este será sempre assumido pelo balanço da TAP".

Assumindo que a TAP usará metade dos novos 300 milhões no seu capital para aumentar o seu fundo de maneio e a outra metade para abater à dívida, "estamos a falar de uma melhoria dos custos de cerca de 9 milhões de euros por ano, ou seja, 0,4% dos custos totais da TAP". Ricardo Cabral defende que um aumento das receitas de 5% e uma redução das despesas de igual valor resultariam em melhorais operacionais de 250 milhões de euros por ano. Quase o mesmo que o empresário vai injetar na empresa. Ou seja, a empresa, comprada a preço de liquidação total, dará, quase sem esforço, lucro rapidamente. Um negócio da China.

O economista português defende que o valor da empresa é de mil milhões de euros, sem descontar a dívida. Ou seja,para além dos 300 milhões que lá vai empatar, Germán Efromovich deveria pagar ao Estado português 700 milhões e não 20 milhões.
Tomando estas contas como certas, a proposta do empresário brasileiro não deveria merecer sequer qualquer negociação. Como disse, bem, Marcelo Rebelo de Sousa, é provável que este seja o negócio da vida de Efromovich. Mas está muito longe de ser o negócio da vida do Estado português. Quem vende por 20 o que vale 700 não se pode justificar com as suas dificuldades. Apenas explica porque vive e continuará a viver com elas."

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