É possível acabar com a austeridade na Grécia? Claro se os outros a pagarem.


Se a Grécia não pagar o que deve, quem se 'lixa' é Portugal?
O futuro da Grécia e dos 322 mil milhões de euros que recebeu em empréstimos por parte de outros países europeus está na ordem do dia. O Jornal de Negócios conversou com um economista da Bloomberg que garantiu que, caso o novo Executivo grego decida não pagar o que deve, tal representaria para Portugal uma perda de 5,5 mil milhões de euros.
Assim, em termos absolutos serão os contribuintes alemães a perder mais (60 mil milhões de euros), seguidos dos francesas (46 mil milhões) e dos italianos (40 mil milhões).
Contudo, se olharmos para o que uma falência do Estado grego significa em termos de Produto Interno Bruto então Portugal será o mais prejudicado, perdendo 5,5 mil milhões de euros – o equivalente a 3,2% do seu PIB.
Segundo as estimativas do economista Maxime Sbaihi, depois de Portugal surge o Chipre (2,8%) e Eslovénia, Malta e Espanha, países nos quais as perdas iriam rondar os 2,5% dos respetivos PIB.

Para compreender melhor o artigo que se segue, veja ainda este video sobre como as grandes corporações, possuem poder e ferramentas para manipular a economia dos países e os forçar a pagar dividas ou a falir.


Um artigo interessante que nos leva a algumas reflexões.
O povo grego votou contra a austeridade e a austeridade acabou. É isso a democracia, não é?
"Na verdade, não é. A vontade, mesmo uma vontade maioritária, não se torna em realidade apenas porque existe e se manifesta. Eu não voo só porque tenho a firme vontade de voar. No caso da Grécia, como veremos, não basta a vontade do eleitorado – é preciso também dinheiro, muito dinheiro, e a questão estará em saber onde ir buscá-lo.
Comecemos pelo princípio: a Grécia não é um país soberano, como em tempos foi.
Perdeu parte da sua soberania quando aderiu à União Europeia; perdeu depois muito mais soberania quando adoptou o euro. A Grécia não pode fazer aquilo que outros países podem quando enfrentam crises. Não pode fechar as fronteiras aos produtos importados. Ou desvalorizar a moeda. Ou controlar os fluxos de capital. A vontade soberana da Grécia depende de regras e depende de boas vontades – desde há quatro anos, a boa vontade dos seus parceiros europeus.
Mas a Grécia também não é soberana por uma outra razão: está demasiado endividada – insuportavelmente endividada – e não tem forma de se financiar sem ajuda externa. A Grécia colocou-se nas mãos dos credores – credores que, para além do mais, são relutantes. Por eles, de livre vontade, não emprestariam mais dinheiro à Grécia.

Nada do que até aqui escrevi é fruto da maldade de qualquer agente externo, mas uma consequência de opções políticas tomadas livremente pelos gregos ao longo das últimas décadas. Em nome da prosperidade que associaram à União Europeia e à moeda única, os gregos abdicaram de grande parte da sua soberania. Nós, em Portugal, fizemos o mesmo. Só não nos endividámos tanto, mas também íamos a bom ritmo…
Ninguém ignora os imensos sacrifícios já suportados pelo povo grego, ninguém esquece que a sua economia perdeu um quarto da sua riqueza, tal como ninguém ignora a revolta do eleitorado grego. Mas nada disso faz desaparecer a realidade: os gregos não têm na sua mão o seu destino, dependem de outros.
Na sequência do resultado eleitoral, o Financial Times interrogava-se sobre se Tsipras se vai revelar um demagogo, estilo Hugo Chavez, ou um realista, na linha de um Lula da Silva. Na verdade Tsipras não tem a margem de manobra de nenhum desses líderes – não tem petróleo, não tem moeda e não vai dirigir um país com tantos pobres e iletrados como a Venezuela ou o Brasil. As escolhas de Tsipras não só são mais estreitas como terão de ser imediatas. E são escolhas que têm a ver com dinheiro, muito dinheiro: o que já falta à Grécia para cumprir as obrigações de 2015 e o que o Syriza precisaria para por em prática as suas promessas eleitorais.

O primeiro problema do novo governo grego será a necessidade de honrar os próximos pagamentos de dívida. De acordo com as estimativas do jornal grego Ekathimerini, há já pagamentos agendados para Fevereiro e Março que ascendem a um pouco mais de quatro mil milhões de euros. Em Julho e Agosto vencem mais 6,6 mil milhões em dívidas ao eurosistema. No total, em 2015, as necessidades de financiamento da Grécia serão no mínimo de seis mil milhões, no máximo de 15 mil milhões. Se a Grécia falhar qualquer um desses pagamentos sem que antes exista qualquer acordo, isso significará a bancarrota. E para evitar falhar o país continua a depender da troika, já que os juros da sua dívida no mercado ainda estão muito elevados e o caminho alternativo – obrigar os bancos gregos a financiarem a dívida pública – pode chocar com as regras do Banco Central Europeu.
Como se estas necessidades não existissem, é necessário acrescentar-lhes os encargos decorrentes das promessas feitas pelo Syriza. Isto é, mais 12 mil milhões de euros, contas do próprio partido.

É este o ponto de partida. O poço é fundo e a Grécia, mesmo tendo recomeçado a crescer, está lá muito em baixo, ainda muito longe da superfície. Esta realidade não mudou com a vitória do Syriza. Que pretende então este fazer?
O seu programa é, de certa forma simples. Primeiro, que volte a ocorrer um perdão de dívida. Depois, que aqueles que perderam o dinheiro que emprestaram continuem a emprestar mais dinheiro. Por fim, que os gregos possam fazer exactamente o contrário do que pretendem aqueles que lhes permitem continuarem a pagar as suas contas. Não é pedir pouco.
Para não complicar muito, olhemos para este programa com olhos portugueses. Comecemos por notar que o perdão de dívida que os gregos já tiveram foi na casa dos 100 mil milhões de euros, um montante que, se pudéssemos beneficiar de algo semelhante, nos resolveria quase todos os problemas. Notemos também que esse perdão foi suportado pelo sector privado, levou Chipre ao tapete e também nos afectou a nós, pois pesou, e muito, nas contas de alguns bancos portugueses, afectando a sua capacidade de financiarem a economia. Um segundo perdão a Atenas será sempre uma injustiça quando visto pela perspectiva de Lisboa.
Mais: desta vez qualquer perdão à Grécia teria de ver as suas perdas suportadas pelos países do eurogrupo, incluindo Portugal, incluindo países com um nível de vida mais baixo do que o da Grécia, mesmo da Grécia pós-crise. Isso colocará sempre novos problemas de justiça relativa e, claro, colocará grandes, enormes, problemas políticos.

E aqui chegamos a um ponto nevrálgico: é bom não esquecer que a democracia grega não é a única democracia europeia. Nos outros países os eleitorados também fazem escolhas e não parece que estejam dispostos a aceitar aquilo que, no fundo, é pedido pelo Syriza, como é pedido por muitos partidos de esquerda do sul da Europa (não do norte da Europa), assim como por alguns grupos de extrema-direita: que passe a haver transferência de recursos, numa escala hoje impensável, entre países da União Europeia. Sempre que falamos de perdão de dívida, de mutualização de dívida, de eurobonds e de outros mecanismos semelhantes, do que estamos a falar é de obrigar países como a Alemanha, a Holanda ou a Finlândia a pagarem uma parte das nossas contas, das contas gregas, porventura das italianas. Tudo o resto são eufemismos.
Se houvesse um pouco mais de honestidade intelectual no debate público não seria problemático aceitar esta evidência. Mais: os que o fazem não têm problemas em defender, com franqueza e frontalidade, que a construção do euro terá sempre de passar por mecanismos federais, um federalismo não apenas de coordenação de políticas, mas também de transferência de recursos entre países e regiões da Europa. O grande problema é que tal não foi combinado quando o euro foi criado e não se vê como possa vir a aceite pelos eleitorados dos países pagadores.
É por isso que é quase nula a margem de manobra dos líderes europeus, mesmo de líderes de esquerda, como já se começou a perceber pelas reacções das capitais europeias à vitória do Syriza. Tanto mais que o problema não é apenas a Grécia – é o exemplo da Grécia. No dia em que Tsipras conseguisse arrancar de Bruxelas uma parte das suas reivindicações, o precedente estaria aberto para as reivindicações de partidos como o Podemos espanhol ou a Frente Nacional francesa (apesar de virem de espectros ideológicos diferentes, têm programas económicos muito semelhantes, sobretudo no seu anti-austeritarismo e anti-globalização). Ora a Espanha ou a França não têm, em termos europeus, o peso quase negligenciável da Grécia.
A corda esticou muito durante a campanha eleitoral grega e o argumento que será agora levado a Bruxelas é que a escolha do eleitorado foi democrática e, por isso, deve ser respeitada. Só que, verdadeiramente, os gregos não tinham a latitude de escolhas que os candidatos lhes apresentaram na campanha. Podem é ter a escolha que ninguém quis enfrentar: saírem do euro e recuperarem a sua soberania monetária (e não só). Isso sim seria uma decisão soberana – pedir o perdão de dívidas não e, pois choca com a soberania outros povos. Fonte

Convém recordar que a Europa tem feito pela Grécia o que não fez por mais nenhum Estado europeu, incluindo Portugal. Em 2011, por exemplo, a Grécia beneficiou de um extenso perdão de dívida, com a aplicação de um “haircut” em 50% da dívida, ou seja, quem detinha dívida grega, levou um calote de 50%. Em Portugal, por exemplo, BCP e BPI tiveram perdas de 590 milhões de euros pela sua exposição a dívida grega, dinheiro que certamente fez alguma falta ao nosso sistema financeiro.Em troca deste perdão de dívida, a Grécia aceitou uma série de compromissos, que pelos vistos, chegados a 2015, parece que afinal não são para cumprir. Parece que por cá há quem ache isso muito bem. Só para lembrar que desta vez, se a Grécia não pagar, Portugal – ou seja, nós todos – ficamos a arder em mais de mil milhões de euros.
Para que se perceba a ordem de grandeza destes números, 1.700 milhões de euros corresponde a 4 vezes o saldo positivo que este ano a nossa Segurança Social gerou, dava para comprar 2 vezes os submarinos que tanta polémica têm gerado nos últimos 10 anos em Portugal, corresponde a 1,7 vezes a receita da sobretaxa do IRS, a 9 vezes a verba que destinamos em 2014 ao Ministério da Cultura, a 2 vezes a contribuição do Orçamento de Estado para a ADSE. Dava para sanear 4 buracos da TAP, e construir a totalidade da ligação ferroviária da Beira Interior, e a sua ligação a Espanha. E corresponde, se a memória não me falha, a 3 vezes o esforço que todos os anos fazemos em Portugal para financiar o Rendimento Social de Inserção, ou “Rendimento Mínimo”.

A Portugal, a Grécia deve mais de mil milhões de euros, mais do que a receita esperada com a sobretaxa de IRS.
(...) Para renegociar a dívida pública – uma prioridade do Syriza –, a única voz europeia que mostrou alguma abertura foi a do ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, à entrada na reunião do Eurogrupo. A Irlanda é, contudo, um dos países da zona euro, a par de Portugal, que não suportarão perdas caso a Grécia não devolva o que recebeu do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Mas participou no empréstimo direto concedido à Grécia em 2010 e aí, sim, pode haver perdas. Portugal contribuiu com mais de mil milhões de euros para esse empréstimo, mais do que os 750 milhões de euros de receita esperada este ano com a sobretaxa do IRS.
Portugal emprestou quase 555 milhões de euros à Grécia em 2011 e 548 milhões no ano anterior, em 2010. Ou seja, a Grécia deve a Portugal cerca de 1.100 milhões de euros, algo como 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) anual português, só por via dos empréstimos bilaterais que foram concedidos à Grécia em 2010 e ao abrigo dos quais foram entregues à Grécia 53 mil milhões de euros do total de 80 mil milhões inicialmente previstos – é que em 2012, com o segundo resgate à Grécia, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) passou a ser a entidade encarregada de gerir os empréstimos europeus à Grécia. Se a Grécia faltar com o pagamento dos empréstimos bilaterais, ou se alterar os seus termos de alguma forma, isso resultará numa perda para o Estado português que se traduzirá num aumento não recorrente do défice, ainda que não afete a dívida pública (bruta) aos olhos de Maastricht.
Por ser um país que também viria a beneficiar de um empréstimo por este fundo, Portugal (e também a Irlanda) não está entre os países que prestam a garantia para as incursões do FEEF nos mercados, quando este fundo, entretanto substituído pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), emitia dívida para financiar os países sob programa de assistência financeira. Enquanto o Estado português for devedor do FEEF, algo que deverá continuar a suceder nas próximas décadas, estará isento de perdas caso o FEEF não receba a totalidade do pagamento pelos capitais que, depois de ter obtido junto dos investidores através de leilões de dívida, entregou à Grécia no âmbito do segundo programa de resgate a Atenas.

Em março de 1985, Portugal e Espanha negociavam em Bruxelas a adesão à CEE, mas na altura contavam com um opositor de peso: a Grécia. Só entravam se os gregos recebessem mais fundos.

9 comentários:

  1. Se as dívidas devem ser pagas? Sim... Cegamente? Não! Primeiro devem ser auditadas. Ver para onde foi o dinheiro, em que foi gasto, quem foram os principais causadores da dívida e os que beneficiaram com ela. Fala-se dos Portugueses e dos Gregos como se vivessem à grande e à fartazana há custa de crédito e agora têm que pagar a sua vida de luxo. Tudo mentira. Auditar a dívida, apurar a corrupção e tentar recuperar o dinheiro perdido. Quando tudo isto for feito e mesmo assim a nação tiver dívida a pagar.... paciência... paga se tiver condições para pagar... As agências de notação financeira há anos que classificam o investimento em dívida grega como sendo "especulativa" e a portuguesa "lixo". Quem investiu em especulação e em lixo corre o risco de perder o seu dinheirinho... é a lei dos mercados...

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  2. ASSIM NASCEU O HÁBITO
    Era uma vez um rei que queria pescar.
    Ele chamou o seu meteorologista e pediu-lhe a previsão do tempo para as próximas horas.

    Este lhe assegurou que não iria chover.
    A noiva do monarca vivia perto de onde ele iria e colocou sua roupa mais elegante para acompanhá-lo.

    No caminho, ele encontrou um camponês montado no seu burro que viu o rei e disse: "Majestade, é melhor o senhor
    regressar ao palácio porque vai chover muito".
    O rei ficou pensativo e respondeu:
    "Eu tenho um meteorologista, muito bem pago, que me disse o contrário. Vou seguir em frente".
    E assim fez. Choveu torrencialmente.


    O rei ficou encharcado e a noiva riu-se dele ao vê-lo naquele estado.

    Furioso, o rei voltou para o palácio e despediu o meteorologista.
    Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe emprego.

    O camponês disse: "Senhor, eu não entendo nada disso.
    Mas, se as orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover".

    Então, o rei contratou o burro.
    E assim começou o costume de contratar burros para trabalhar junto ao Poder...

    Desde então, eis a razão de burros ocuparem as posições mais bem pagas em qualquer governo.

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  3. QUEM VOTA NUM SYRIZA TINHA MAIS É QUE MORRER DENTRO DE UMA GULAG; UMA PENA QUE NÃO TEM COMO SEPARAR OS ELEITORES DESSA MERDA DOS OUTROS GREGOS

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  4. Concordo com o comentário do 'Cangalheiro' só depous de analisadas as dívidas é que se pode perceber o que se tem de pagar mesmo. No entanto, primeiro deve estar sempre o povo da Nação em questão e não os bancos especulativos que estão por trás de todo este caos meticulsamente criado.

    Também acho primário, ou de uma ignorância extrema quem dá crédito á Blomberg e agências afins, ou que misturem conceitos e fsctos tentando pôr povos uns contra os outros, ou classes e ou religiões, etc. Aí concordo com o anónimo (25 de Março) das 14h 42m, nem o Carreira, nem o Paulo Morais querem a defesa da Nação, querem é manter o 'sistema' a funcionar com um pouco menos de pressão.
    O Dr. paulo Morais já está totalmente desmascarado, em relação aos crimes da CML/Costa pois o silêncio é total, para alguém que já foi vereador na área do urbanismo. É uma decepção, agora finge bater em geral, quando chegar ao poleiro fará como o Zé -Sá Fernandes. Esse tem sido um verdadeiro assassino das árvores, jardins e erário público de Lisboa, mas ajudado pelo bosta e pela imprensa do Balsemão, chamam-lhe requalificações. Oops cada vez há mais caos, ais doentes, menos ar puro, etc. Não há problema pois Lx vai-se candidatar a cidade verde :) :) :) mais uma patacoada, para pacóvios. Tão treta como a última também largamente propagandeada por esse mundo foa a das 'smsrt cities' guetos televisionados com alta tecnologia...acordem! Temos pouco tempo para travar estes anormais e psicopatas mundiais que tudo destróiem.

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  5. Deixo aqui este link que podem achar interessante ler:
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Dívida_odiosa

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  6. Tenho alguma consideração por Medina Carreira, pois foi dos únicos a alertar que o comboio ia desgovernado e um dia embateria contra a parede. Mas com todos os vícios e privilégios das pseudo-elites nacionais, a adesão à moeda única não pode ser dissociada da crise económica nacional, Sendo anti-comunista, tenho de dar crédito Carvalhas pois foi dos únicos a alertar para os perigos da adesão à moeda única, sem o cuidado de prever "mecanismos cautelares" adequados à realidade portugesa. Também Miguel Cadilhe ganhou um ponto, pois foi dos poucos relacionados com o "arco da corrupção" a alertar previamente sobre os malefícios da adesão à união monetária. A grande maioria dos "defensores do povo" perante a visão de uma montanha de dinheiro a entrar para "benefício do povo", preferiu calar e entrar na onda, ainda que soubessem ou suspeitassem das eventuais consequências futuras.
    Posto isto, aproveito para partilhar um link de uma notícia sem qualquer eco no "quarto poder" da pseudo-democracia nacional, não vá a "ignorante populaça" começar a pensar que fatalidade só existe uma : a morte.

    http://economia.elpais.com/economia/2015/03/20/actualidad/1426844952_201102.html

    E não acho que a solução encontrada pelos islandeses seja uma panaceia ou esteja isenta de grandes dificuldades - mas não têm medo do trabalho e não estão à espera que lhes "coloquem o jantar na mesa". A queda de agentes económicos privados falidos é natural em qualquer economia de mercado que se preze e o castigo exemplar de actos criminosos (sobretudo quando colocam um país em pré-bancarrota) é um acto elementar de Justiça. Um dos pilares de uma Democracia autêntica. Por cá, o actor mais castigado e penalizado foram os trabalhadores (aqueles cujo posto ainda existe), e a entidade difusa chamada "contribuinte" (o corrente, não o "vip").
    A maioria dos verdadeiros responsáveis passeia impune pelas ruas e, diga-se de passagem, é quase venerada por quem lhes paga o pato. Costumo dar um pequeno exemplo da mentalidade retrógada nacional recorrendo aos agradecimentos ao "Sr. Presidente" pelo transporte de concorrentes ao Preço Certo da televisão estatal nacional. Primeiro, toda a gente acha "normal" que as Juntas de Freguesia ou CM, cujas finanças na sua grande maioria estão pelas ruas da amargura, empenhem recursos no transporte de pessoas a concursos televisivos. Segundo, parece que o pagamento do transporte saíu do bolso do Sr. Presidente e não dos residentes na freguesia ou município. Enfim, por vezes penso mesmo que o que esta gente quer é "peso em cima".
    Cps.

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    1. Uma das frases mais interessantes do artigo, citando o presidente islandês: "El presidente islandés, Olafur Ragnar Grimsson, estuvo en febrero en Barcelona y atribuyó en parte esa recuperación a haber desoído los consejos de los organismos internacionales, en particular la Comisión Europea, para que aplicara medidas de austeridad". Sintomático...

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  7. Acho uma maravilha que lula que foi, com a sua entourage, o mais corrupto e apoaiante da banca e dos grandes interesses apareça como um santinho que quis pagar a dívida! Tenham dó!

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  8. Em vez de andarem a mandar postas de pescada, tentem compreender a dívida Grega aqui :
    http://cadtm.org/Leia-aqui-as-conclusoes-da

    E simplesmente, em seguida, depois da leitura, substituam Grécia, por Portugal, onde vêm armamento, lembrem-se dos Pandur. dos Submarinos, onde lêem Bancos, lembre-se dos BPN,BES...estamos num caso similar ao Grego.

    O que aconteceu á Grécia, muito provavelmente aconteceu a Portugal :

    https://www.youtube.com/watch?v=iJNTzgbhq3I

    Eu não vi, nem tive um só euro no meu bolso de toda essa ajuda de milhões...vocês viram alguma coisa ?

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.