CPLP e a Guiné Equatorial -A história do ditador tirano que branqueia a imagem, subornando organizações mundiais?

A adesão da Guiné Equatorial à CPLP, é a mais recente exibição do poder corrupto do capital e de como os portugueses que se vendem a ele.
A desumanidade que grassa naquele país é uma afronta aos direitos humanos e à democracia, mas alguns portugueses poderosos e famintos de dinheiro sujo, não hesitam em o inserir na organização, mesmo violando os seus princípios. Apoiam um país que à vista do mundo inteiro, desrespeita o ser humano e a democracia, de forma cruel e reiterada.
A Guiné Equatorial não deveria ter lugar, numa organização que supostamente deve acolher apenas “nações irmanadas por uma herança histórica, pelo idioma comum e por uma visão compartilhada do desenvolvimento e da democracia” e que é regida pelos seguintes princípios: primado da paz, da democracia, do Estado de Direito, do bom governo, dos direitos humanos e da justiça social”.
A adesão da Guiné Equatorial é, inequivocamente uma descarada violação dos princípios da CPLP. O que poderá justificar ou pagar a violação dos princípios?

1 - A promiscuidade de interesses.  
Presidente do Banif “encontra-se numa situação de flagrante conflito de interesses”.
Transparência e Integridade, representante portuguesa da rede global anti-corrupção Transparency International, apelou hoje ao Governo de Timor-Leste para que anule a anunciada nomeação de Luís Amado, presidente do Banif, para vice-presidente da Comissão Preparatória da próxima cimeira da CPLP. Fonte
Luís Amado foi determinante para a adesão do país à CPLP.
No caso do Banif, prevê a entrada de um investimento que pode ir até 133,5 milhões de euros.
Amado fez a aproximação da Guiné Equatorial ao Banif, deu-se depois de anos de estreitamento das relações com Portugal, a nível diplomático e comercial. Luís Amado, hoje presidente do Conselho de Administração do Banif, teve um papel determinante na entrada da Guiné Equatorial na CPLP.
Enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros dos governos de Sócrates, Amado presidiu ao Conselho de Ministros da CPLP, numa altura em que a entrada do país na organização passou à agenda diplomática. Fez uma visita oficial ao país com uma comitiva de empresários e recebeu em Portugal o seu homólogo da Guiné Equatorial.
Além do Banif, a Guiné Equatorial está interessada em ter uma posição no BCP. Está em estudo uma parceria com angolanos para a entrada no banco controlado pela Sonangol, através de um fundo de investimento.fonte

2 - Guiné Equatorial traz milhões para o Banif e BCP?
A CPLP passou a ser uma organização de petro-Estados?
"Dá-me ideia que a entrada da Guiné Equatorial no capital do Banif (...) é capaz de constituir a jóia de entrada na CPLP", disse Paulo Morais.
Em reação a essa decisão, Paulo Morais considerou "lamentável que uma organização como a CPLP, "que nasceu sem meios, (...) genuinamente juntando um antigo colonizador com países que foram ganhando a sua liberdade", venha a acolher "um regime ditatorial onde o desrespeito pelos direitos humanos é permanente e onde se cometem atrocidades".
Para o responsável da associação anticorrupção, "não há qualquer razão decente" para a adesão da Guine Equatorial à CPLP. "Não há razões culturais, não há razões linguísticas, não há relações económicas, e muito menos ao nível daquelas que devem ser as primeiras razões da existência deste tipo de organizações, que é a defesa do desenvolvimento, a qualidade de vida das populações, os direitos humanos", afirmou. O único motivo para esta adesão, argumentou, é "fazer da CPLP um centro de negócios para [o presidente angolano], José Eduardo dos Santos".
(...)"Os partidos do arco do poder em Portugal acabaram por, mais uma vez, ir fazer a vontade ao presidente angolano, José Eduardo dos Santos", lamentou." fonte
Construtoras: Oportunidades de investimento que se abrem no país. A Guiné Equatorial criou um fundo para investimento no país, destinado à construção de infra-estruturas e isso está aberto a empresas de outros países. Serão favorecidos aqueles que forem amigos da Guiné Equatorial. fonte
André Correia o português gestor de projecto que desenhou a nova capital da Guiné Equatorial, está convencido de que o negócio «seria mais fácil se houvesse uma ligação a Portugal através da CPLP». A Guiné Equatorial já faz parte do grupo francófono e «as empresas francesas estão lá muito bem colocadas», equipara, sublinhando que a adesão do país à CPLP, poderia resultar numa «preferência» por empresas portuguesas.fonte

3 - O que é a CPLP e porque é que isso é relevante?
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), criada em 1996, é uma organização internacional formada por países lusófonos.
Integrando Angola e Brasil, a CPLP agrupa países de relevo no panorama Internacional, a par de Portugal. Abre oportunidades de negócio nacionais e internacionais aos seus integrantes e traz a publicidade internacional positiva do ‘reconhecimento entre pares’. Ou seja, para um país integrar um grupo que é constituído por outros países, significará que partilham dos mesmos ideais, da mesma visão na qual foram fundados os direitos dos seus cidadãos, etc. Ou pelo menos devia. É necessária unanimidade para um novo país integrar a CPLP.

4 - Qual é o problema da adesão da Guiné Equatorial?
A Eurodeputada socialista Ana Gomes, acredita que destruirá a (pouca) credibilidade da organização. "Eu e muita gente vamos continuar a mobilizar-nos para impedir" a adesão, porque se tal acontecer "é a destruição da credibilidade da CPLP. Já bem basta o que temos lá dentro (da CPLP) em termos de não demonstrar tolerância e de não ter respeito por compromissos da organização em termos de direitos humanos", adiantou. Afirmando que "infelizmente" não ficou surpreendida com a decisão dos ministros, Ana Gomes comentou a decisão considerando que "bem podem limpar as mãos à parede".
A Guiné Equatorial tornou-se independente de Espanha em 1968 e manteve o castelhano como uma das línguas oficiais, ao qual mais tarde juntou o francês, para aderir à Organização da Francofonia, e ao português, com o objectivo de aderir como membro de pleno direito da CPLP
Uma das condições para poder realizar-se a adesão seria a abolição da pena de morte, no entanto continua em vigor?
"Trata-se de uma suspensão e não de uma moratória. O Governo, ao comprometer-se com uma suspensão, apenas se compromete a não executar aqueles que já foram condenados à pena de morte. E não os outros. Além disso, como confirmou a Amnistia Internacional, em Janeiro de 2014, foram executadas 9 pessoas." fonte

5 - A democracia na Guiné Equatorial é uma miragem.
O Presidente Teodoro Obiang está no poder desde 1979, através de um golpe de estado, que culminou na condenação do seu antecessor, à morte.
O seu estilo de vida e da pequena elite que o rodeia são suportados pelo negócio do petróleo, produção média diária de 318 mil barris (The World Fact Book da CIA), enquanto a maioria da população vive na miséria. Os que questionam esta disparidade são considerados "inimigos".
A Guiné Equatorial é o país que tem o maior rendimento per capita da África subsariana, (16.372 euros/ano), cerca de quatro vezes mais que a África do Sul e sensivelmente o mesmo que Portugal mas os cidadãos vivem na miséria. Metade da população vive sem acesso a água potável ou electricidade.
Obiang criou um cargo que não existe na constituição, Vice-Presidente do país, e promoveu o seu filho a esse cargo, para lhe garantir impunidade internacional, já que ele é procurado em vários países.
A família Obiang e respectivo clã controlam toda a esfera política e empresarial do país.
-O filho Teodorín, é o vice-presidente e responsável máximo pela segurança nacional.
-Outro filho, Gabriel Mbaga Obiang, está à frente do ministério do Petróleo.
-O irmão da Primeira-dama, Candido Nsue Okomo, é o presidente da petrolífera estatal GEPetrol.

Na Guine Equatorial são frequentes as detenções arbitrárias, julgamentos injustos, maus tratos a detidos por vezes escalando para tortura, são frequentes. O país não tem organizações de direitos humanos legais e registadas.
Fabian Nguema, advogado que tratava vários casos sensíveis que envolviam prisioneiros políticos ou aqueles acusados de tentativa de golpe de estado contra o governo, "desapareceu" após visitar um cliente na prisão. Foi preso ilegalmente e mantido em segredo, incomunicável, por vários dias antes de lhe ser permitida visitas. Foi libertado sem quaisquer acusações depois de 8 dias, depois de muita pressão internacional.

Jornalistas internacionais, intimidados e oposição política, reprimida
Violações dos Direitos Humanos, liberdade de imprensa e de expressão. Anti-democracia, corrupção e pobreza extrema fazem parte do dia-a-dia do país de Obiang.
Os jornalistas de grupos de informação propriedade do governo não têm liberdade para criticar o governo sem risco de censura ou consequências. Os poucos média que existem são geralmente propriedade de pessoas perto de Obiang. O Regime mantém-se intolerante de culturas e pontos-de-vista internacionais.
O Partido maioritário, Partido Democrata da Guiné Equatorial (PDGE) mantém o monopólio da vida política. Orquestrou um referendo aprovado em Novembro de 2011 com 97.7 de adesão, manchado de irregularidades. A oposição foi impedida de acompanhar a votação e de manifestar discordância. (...)
Oponentes políticos são pressionados através de ameaças de prisão ou subornos.
É um país onde, segundo uma inspecção da ONU, a tortura é o meio normal de investigação, onde mutilações, violações, choques eléctricos são prática comum, onde falta justiça, liberdade de expressão e informação e onde sobram execuções extra judiciais e raptos pelo Governo.
Obiang foi, à semelhança dos déspotas Idi Amin e Bokassa, acusado de praticar canibalismo contra inimigos”
Democracia de fachada (delegados eleitorais da oposição tiveram de assinar, com uma arma apontada à cabeça, o relatório da contagem oficial de votos nas últimas eleições).

Perante este panorama estranha-se que:
-ONU?- Na opinião de muitos diplomatas estrangeiros, a Guiné Equatorial é um negócio de família dissimulado com a particularidade de ter assento na ONU. Em 2009, o presidente Obiang venceu as eleições com 95,4% dos votos, num escrutínio que os EUA consideram “indiciar fraude eleitoral sistemática”. Andrés Esono Ondo, líder da oposição, diz que a situação política e económica “é má e está a piorar”. A Guiné Equatorial está entre os 10 piores países em termos de liberdade de imprensa, a par da Coreia do Norte.
-UNESCO? - Não é a primeira vez que o clã Obiang tenta instrumentalizar a Unesco, seja para tentar adquirir uma conveniente imunidade diplomática, seja para se revestir de um verniz de respeitabilidade. Alguns dias após a apreensão de seus veículos por parte da polícia francesa, como parte de uma investigação aberta por receptação e lavagem de dinheiro, Teodorin Nguema Obiang foi nomeado delegado permanente adjunto da Guiné-Equatorial junto à Unesco. 
No entanto, não chegou a concluir a iniciativa junto ao Ministério das Relações Exteriores para tornar efectiva essa delegação. Ele preferiu criar um cargo, graças a uma reforma constitucional aprovada por 97,7% dos votos, nomear Obiang filho como vice-presidente do país, com status de chefe de Estado, uma imunidade considerada mais segura.
Em 2008 Obiang doa 2,5 mihões de euros à Unesco, para criarem o prémio com o nome de Teodoro Ngema Obiang. Pressão internacional acabou por forçar a mudar o nome do prémio para Guiné Equatorial.FONTE
O Prémio Internacional Equato-Guineense para Investigação nas Ciências Humanas da UNESCO contrasta com as condições da investigação e do ensino superior no país. A Universidade Nacional da Guiné Equatorial, não tem livros para os alunos, nem transportes, nem água potável, diz o Diario Rombe.es.
O regime ditatorial de Teodoro Obiang precisa de se aliar à CPLP para ter reconhecimento internacional. Não havendo outros motivos de credibilidade, esta pode ser comprada?

6 - O império de despesismo e desvio de dinheiro público
O Governo da Guiné Equatorial gasta milhões em construção, e é uma das grandes prioridades. Infraestruturas, estradas, electricidade, etc., são apenas para benefício das elites. Projectos foram iniciados para a construção de uma nova cidade numa floresta remota, e planeiam gastar 77 milhões só numa casa presidencial.
Um investimento de USD 200 mil milhões para construir uma cidade na selva, no centro do território continental. Desenhada pelo escritório de arquitectos português Ideias do Futuro, Oyala, tem já um campo de golfe, um hotel de luxo e uma universidade, terminados em 2013, primeiros marcos de uma capital sustentável do século XXI num país onde a maioria da população ainda está no século XX, quiçá no século XIX.
Alguns dados reveladores mostram que a abundante riqueza do país não chega aos cidadãos é esbanjada e distribuída pelas elites nacionais e internacionais. Em Julho de 2011 a População era de 685.991. Mas a Taxa de mortalidade infantil: total é elevadíssima, 75,18 mortes/1.000 nascimentos.  Em Luxemburgo é de apenas 4,3/1.000. A esperança de vida é de apenas 62,75 anos (Luxemburgo 79,5).
Não é pois de espantar que, pelo segundo ano consecutivo, a Guiné Equatorial tenha ficado na 163.ª posição, num ranking de 177 países, no Índice de Percepção sobre Corrupção de 2013 da Transparência Internacional.

7 - As noticias dos jornais expõem o rol de despesismo;
@ -  Teodorin Obiang, comprou um iate que custou 263 milhões de euros. O dinheiro despendido é quase três vezes superior ao que a Guiné Equatorial gasta na saúde e educação da sua população todos os anos. Está "apenas" no 10º lugar da lista dos ditadores mais ricos do mundo. fonte
@ - Filho de ditador gasta em compras o dobro da dívida com o Brasil. Para os Obiang, uma quantia de 9 milhões de euros (valor da dívida com o Brasil) é dinheiro de bolso. Teodorín, filho mais velho gastou o dobro disso numa única noitada de compras na Christie’s, em Paris. Foi durante o leilão da extraordinária coleção de arte de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé, em 2009 - informou o Departamento Antilavagem do Ministério das Finanças da França em relatório aos juízes parisienses Roger Le Loire e René Grouman.
Parte dos lotes que Teodorín arrematou incluía obras de Rodin, Degas e Monet. Elas foram apreendidas pela Justiça no final do ano passado. A polícia levou, também, peças de mobiliário avaliadas em 38 milhões euros e uma coleção de carros (sete Ferrari mais alguns Bentley, Bugatti Veyron, Porsche Carrera, Maybach Mercedes, Aston Martin, Maserati e Rolls-Royce).
O “tesouro”, como ficou registado no boletim de ocorrência, estava numa das residências do herdeiro Obiang em Paris - a mansão número 42 da avenida Foch, com 101 divisões distribuídas por 6 andares. fonte
@ - Outras revelações saíram em jornais e confirmaram a inclinação do filho do presidente,à prodigalidade, às marcas de moda e aos carros de luxo. O jovem,ministro da Agricultura e Bosques, gastou cerca de 1,25 milhão de euros em hotéis, automóveis e festas, durante um fim de semana na Cidade do Cabo, segundo o jornal sul-africano The Star. O jornal Cape Times revelou outras das aquisições do presidente da Associação Filho de Obiang: um Lamborghini desportivo de 380.000 euros, e dois Bentley, por 800.000 euros. O hedonismo do filho e dono da Televisão Aponga, continuou um ano mais tarde,com o desembolso de 600.000 euros, pelo aluguel do soberbo iate do então 5º homem mais rico do mundo, Paul Allen, co-fundador da Microsoft. fonte

@ - Quando investigaram a fortuna de Obiang, os juízes confiscaram em 2012 um palácio de 6 andares, situado na avenida Foch, no XVI bairro de Paris, no valor de entre 100 e 150 milhões de euros. No sumptuoso edifício de vários milhares de metros quadrados, em que se inclui uma discoteca e um salão de cabeleireiro, os juízes tinham já apreendido, 200 metros cúbicos de bens de enorme valor, numa operação sem precedentes que durou dez dias e para a qual foram necessários vários camiões. fonte
@ - Os Obiang são das famílias mais ricas do planeta, como confirma a revista "Forbes".
No Rio de Janeiro, comprou um apartamento triplex num prédio de 5 andares, com dois mil metros quadrados e vista para o magnético mar de Ipanema. O negócio imobiliário no Rio, estimado em 7,3 milhões euros, são fruto das boas relações do clã Obiang com o governo brasileiro, a Petrobras e empreiteiras brasileiras, como mostrou a reportagem de José Casado na edição de O GLOBO.
O comércio entre o Brasil e a Guiné Equatorial aumentou 100 vezes nos últimos seis anos: saltou de 2,2 milhões de euros em 2003 para 220 milhões em 2009.
Dois ministros brasileiros (o chanceler Celso Amorim e Miguel Jorge, da Indústria e Comércio) viajaram à capital, Malabo, para negociar uma dezena de novos acordos.

@ - O Senado dos EUA realizou uma investigação com 330 páginas, sobre o destino da riqueza da Guiné Equatorial. Concluindo que o clã Obiang emerge como uma vigorosa cleptocracia, elevada à categoria de "caso de estudo" sobre práticas de corrupção governamental.
Mas também nos estados unidos se renderam ao ditador
Por mais de uma década, o ditador da Guiné Equatorial, e a sua família gastaram uma fortuna nos Estados Unidos, comprando desde imóveis até roupas em lojas como Dolce & Gabanna e Louis Vuitton. Mas o governo americano finalmente decidiu agir para refrear as compras do círculo íntimo do presidente Teodoro Obiang Nguema; o Departamento de Justiça abriu um processo pedindo o confisco de dezenas de milhões de dólares em bens do filho e herdeiro de Nguema.
Teodorin, filho do ditador e ministro de florestas do país, usou recursos provenientes de lavagem de dinheiro para comprar uma mansão de 22 milhões de euros, em Malibu, em Los Angeles, um jacto particular e até relíquias que pertenceram a Michael Jackson – como a luva de cristais.
@ - Nos leilões. O intermediário enviou um email para a casa de leilões em que dizia: “Por favor, certifique-se que o nome Teodorin não apareça em lugar algum, ele deve ser invisível”. Logo depois, o mesmo intermediário fez lances vencedores sobre diversos itens, num total de 1 milhão de euros. As mercadorias foram então faturadas na conta de “Amadeo Oluy” e enviadas para a Guiné Equatorial.
@ - Despesas com limpeza de imagem: Teodorin e o governo do seu pai empregam também a Qorvis Communications, empresa de relações públicas de Washington que chegou a facturar 51 mil  euros por mês dos dois clientes. A Qorvis, que também trabalha para os governos do Bahrein e da Arábia Saudita, é especialista em tentar enganar o algoritmo do Google ao soltar um fluxo constante de press releases positivos a respeito de seus clientes na esperança de enterrar as inevitáveis notícias ruins relacionadas aos seus nomes.
@ - Em 2011, Obiang conseguiu organizar pela primeira vez uma cimeira da UA no seu país. E não se poupou a esforços: para um evento de uma semana construiu um resort de luxo em Sipopo, a 20 quilómetros de Malabo, com 52 vivendas para cada um dos chefes de Estado e de governo convidados, aeródromo, heliporto, praia artificial, hotéis de luxo, um campo de golfe de 18 buracos e o primeiro spa da Guiné Equatorial. E parece que teve êxito, pois a cimeira regressa ao pequeno país este ano, no final de Junho.

8 - A MÁ GESTÃO E OS OPORTUNISTAS
- No inicio dos anos 90, a Walter International, uma empresa sediada do Texas, começou a explorar um campo de gás natural no país. Para conseguir a permissão de exploração, a Walter financiou os estudos de Teodorin num curso de inglês na universidade de Pepperdine, em Malibu. Uma pechincha, ofereceu um curso de inglês, mas conseguiu vender os seus direitos sobre a operação por nada menos que 34 milhões de euros.
- William Jefferson, encabeçou a primeira delegação dos EUA a visitar a Guiné Equatorial. Foi recebido com entusiasmo pelo governo e recebeu a chave da capital, Malabo.
Nove anos depois, Jefferson (popularmente conhecido no seu estado natal como “Dólar Bill”) foi sentenciado a 13 anos de prisão por pagamento de luvas e conspiração para violar a Lei Anti-Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). Parte desses crimes deviam-se aos seus esforços para ajudar empresas americanas a ganhar concessões de petróleo na Guiné Equatorial.
- “A maior parte das concessões de petróleo e gás natural na Guiné Equatorial acabam nas mãos de empresas americanas”, escreveu Levinson  num memorando para a administração Bush em 2001.
Logo depois deste documento, a administração anunciou a reabertura da sua embaixada.

Enquanto isso, a Guiné Equatorial estava depositando centenas de milhões de dólares de receita provenientes do petróleo no Riggs Bank em Washington, numa conta estatal efectivamente controlada por Obiang.
O banco Riggs também abriu dezenas de contas pessoais para o presidente e os seus parentes, algumas delas em paraísos fiscais. “O banco Riggs… ignorou evidências de que estava a administrar dinheiro proveniente de corrupção internacional, e permitiu que diversas transacções suspeitas ocorressem sem alertar as autoridades”, concluiu uma investigação do Senado em 2004.
Mais do que isso: o banco designou o seu vice-presidente, Simon Kareri, para servir como gerente pessoal da família de Obiang. O diligente Kareri aumentou  o limite pessoal do cartão de débito da primeira dama para 7000 mil euros por dia, para se adequar às suas ambições de compras quando ela viajava aos EUA. “O limite de 2.000, era insuficiente para as suas necessidades”, explicou o banqueiro em um memorando obtido pela comissão do Senado.
Kareri, já falecido, ajudou o presidente a comprar duas mansões em Potomac, Maryland, por cerca de 3 milhões de euros. Em dinheiro vivo. Ele também ajudou o irmão de Obiang, Armengol Ondo Nguema, a comprar uma casa de 256 mil na Virginia, no ano de 2000.
- Temeroso dos apetites territoriais dos vizinhos Gabão e Camarões, e dos ataques inesperados de mercenários, Teodoro Obiang comprou a proteção dos Estados Unidos em troca da parte do leão na exploração dos multibilionários hidrocarbonetos. O Terceiro Mundo costumava exigir 50% dos lucros de seus recursos naturais, mas os guinéus-equatorianos conformaram-se com 25%, segundo os dados disponíveis. fonte

9 - Tem havido obstáculos internacionais a Obiang e ao seu Regime?
- A França tem procurado activamente a condenação de Teodorin por corrupção relacionada com dinheiros públicos a grande escala. A queixa comporta mais de 300 milhões de gastos desde 2000 a 2011, que incluem arte, mansões em 4 continentes, tudo com dinheiros ilícitos.
A Espanha tem vindo a pressionar a Guiné para melhorar as condições de acesso aos direitos humanos e na altura, o Governo Espanhol opôs-se publicamente ao prémio da UNESCO com o nome e patrocínio de Obiang.
Os Estados Unidos da América têm expresso preocupação pela constante violação dos direitos humanos, mas o interesse que têm na região não os fará avançar mais do que isso. São o maior investidor na Guiné Equatorial no sector petrolífero.
- Uma legião de organizações não governamentais, ligadas aos direitos humanos, liberdade de expresão, etc., têm-se manifestado publicamente sobre as condições de vida no país.
- "Timor-Leste não vê problemas em que a Guiné Equatorial participe [na CPLP] desde que cumpra as condições, como a introdução do ensino de língua portuguesa e o compromisso de respeitar os direitos humanos e os valores da democracia".

10 - Protectores de Obiang
As espanholas Repsol e Unión Fenosa lutam agora por um mercado de 810 mil barris diários, 2 biliões mais em reservas comprovadas, e ricas jazidas de gás. “A situação da Espanha é um mistério. Não fez nada em relação ao petróleo. Não tem nada. Não houve nem uma única concessão para a Repsol e a Unión Fenosa só assinou algo para participar da ampliação de uma fábrica de gás natural. Mas sim, a Espanha compra petróleo do país.” “Eu me pergunto,” disse Fernández Marugán: será que o petróleo da Guiné é tão imprescindível para a economia espanhola a ponto de transtornar a política da Espanha em relação a esse país? Isso é o que se deve avaliar.”
As norte-americanas Exxon – com 70% da produção total, Maratón,Amerada Hess, Chevron, Vanco, Noble, Tritón e Ocean exploram os melhores poços do Eldorado africano, enquanto companhias da França, Reino Unido, Malásia, África do Sul, Japão ou China completam a relação de convidados ao bacanal de perfuração
“Obiang não precisa preocupar-se muito com os direitos humanos, tendo amigos tão influentes, ”ironiza um empresário argentino num dos bares da tórrida capital africana. Não lhe falta razão: os Estados Unidos receberão do Golfo da Guiné, em 2015,25% do óleo bruto do qual necessitam, contra os 15% importados atualmente, segundo cálculos do Pentágono.

11 - ESQUEMAS SEM FIM À VISTA, PARA OS MAIS CURIOSOS
No dia 15 de dezembro de 2011, o presidente Obiang recebeu uma ajuda de outro facilitador americano, quando ganhou o prêmio “Inspiração da África”, concedido em um jantar na Fundação Leon H. Sullivan, no hotel Marriott-Wardman Leon, em Washington.
O evento foi realizado para homenagear os destinatários de suas “exemplares contribuições para melhorar a vida das pessoas mais vulneráveis da África”. O prémio foi dado à União Africana, e Obiang o recebeu como presidente da entidade. O governo da Guiné Equatorial alegou, como era previsto, que o presidente foi pessoalmente honrado.
Um comunicado de imprensa dizia que a elegante Hope Masters, líder da fundação, elogiou-o “pela sua liderança exemplar e por suas contribuições na reconstrução de Guiné Equatorial”. Na página do governo no Flickr há diversas fotos de Obiang durante a cerimônia – incluindo uma com Masters –, todas com a legenda: “presidente Obiang ganha prêmio Sullivan”.

A fundação diz que “capacita pessoas desprivilegiadas ao redor do mundo”, o que faz, na maioria das vezes (julgando pelo seu site) através de videoconferênciaS, happy hours, jantares chiques em estilo black tie e premiações. Pelos seus esforços diligentes em ajudar os menos afortunados do mundo, somando salário e benefícios, Masters recebeu cerca de US$ 194 mil em 2006. Seu marido, Carlton, que é afiliado á fundação, dirige uma firme de consultoria que faz negócios na África.
O presidente da fundação é Andrew Young, o antigo embaixador estadunidense nas Nações Unidas e também ex-prefeito de Atlanta. Ele agora dirige a GoodWorks Internacional, uma empresa de consultoria que já trabalhou com diversos governos africanos notoriamente corruptos. Seu sócio na Goodworks, Carlton Masters, é casado com Hope Masters.
Em outubro de 2011, ativistas reclamaram para a fundação depois que ela lançou um release que incluiu Obiang na lista de pessoas que deveriam receber uma menção honrosa no jantar. A fundação lançou então uma série de tweets se desculpando, negando que seria uma homenagem a Obiang. A confusão seria resultado de “um infeliz erro no release”, erro taxado como “HORROROSO”. A fundação, diz outro tweet, “NUNCA faria tal homenagem”.
Em resposta a perguntas enviadas por e-mail, Aly Ramji, coordenador de projetos especiais na Fundação Sullivan, negou que o presidente Obiang ou seu governo tenham feito doações para a fundação. Ainda assim, segundo a transcrição do seu discurso feito no jantar, Obiang diz que “a Guiné Equatorial contribui hoje no financiamento” da fundação “como já foi feito no passado”.
Ken Silverstein é bolsista da Open Society Foundation e editor contribuinte da Revista Harper’s.
fonte
Ainda em 2009, o procurador-geral Eric Holder disse, no Fórum Global em Doha, que “quando os ‘cleptocratas’ saqueiam os cofres de suas nações, roubam seus recursos naturais e desviam a ajuda para o desenvolvimento, eles estão condenando as suas crianças à fome e doenças. Em face desta injustiça, recuperar os activos [desse saque] é um imperativo global”. Assim como o auto-controle por parte dos países que se beneficiam desse saque.

OUTRAS FONTES CONSULTADAS:
Infografia do país
http://www.indexmundi.com/pt/guine_equatorial/
http://www.publico.pt/
http://noticias.sapo.
http://www.publico.pt-valores-da-cplp-guine-equatorial
CPLP recomenda por unanimidade entrada da Guiné Equatorial
http://www.jn.pt/
http://www.publico.da-guine-equatorial
http://cplp-members-back-the-admission-of-equatorial-guinea
Observadores dos direitos humanos, Report 2013
http://www.hrw.org/world-report/2013/equatorial-guinea
http://www.cplp.org
Prémio Obiang,
http://www.unesco.org/prize-for-research-in-the-life-sciences/
A Guiné-Equatorial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9_Equatorial
http://guinequatorialivre.
Pontos que a Guiné-Equatorial não cumpria para adesão à CPLP
http://www.movimentocplp.org/LeiaMais.html
http://www.dn.pt/inicio/globo
Declarações Eurodeputada Ana Gomes sobre recomendação à CPLP
http://www.impala.pt/detail.aspx?id=114357&idCat=2170
Delito de opinião - http://noticias.sapo.
http://oglobo/ditador-da-guine-equatorial-negocia
El País - em EconómicoOs 10 países menos visitados do mundo

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.