Comentadores políticos, fingindo que informam... desinformam e deformam a democracia.


Numa época em que os portugueses são acossados pela dúvida e incerteza sobre medidas do governo, sobre as causas da crise, sobre os planos futuros, as previsões, os culpados e os inocentes, a nossa classe politica, acorre a responder prontamente a essa necessidade, sem qualquer problema. É essencial manter os portugueses (des)informados, limpando a imagem dos políticos em geral e de alguns em especial. Há para todos os gostos.
O importante é garantir que sejam os políticos ou seus serviçais, os que ofereçam as respostas mais convenientes, que expliquem ao povo que não há corruptos, que desviem as atenções para para assuntos convenientes, que finjam que levantam o véu, finjam que elucidam e tranquilizam as vitimas dos políticos.

Qualquer português minimamente exigente, quanto àquilo que consome de informação, e que pretende estar bem informado, sabe onde deve procurar a verdade e quem deve rejeitar.
Basta analisar... ao longo das 69 horas semanais, e entre os 97 comentadores políticos, é fácil identificar os desinformadores. São os que apenas falam de generalidades, banalidades, nunca apontam (apontar é feio) nomes de políticos ligados a escândalos, jamais usam a palavra corrupção, tema proibido e tabu. Para eles não há políticos ou gestores públicos corruptos, nem há corrupção em Portugal.
Jamais usam as palavras; demagogia politica, manipulação, crimes políticos, jamais referem casos de enriquecimento estranho ou salários descabidos de gestores públicos.
Jamais falam da corrupção na justiça, das excessivas regalias dos políticos e gestores públicos.
Esses são os comentadores que não informam... conduzem discretamente, e dentro do possível, os telespectadores de forma a gerar uma opinião favorável dos políticos em geral, alguns vão mais longe e atrevem-se a favorecer um politico em especial, ou um partido.
Estes são os comentadores que não querem sujar as suas mãos, leais aos políticos, e à carreira politica, um tacho sempre em aberto.
Por isso, não se atrevem a denunciar personagens ou escândalos como o BPN, o escândalo Parque Escolar, o escândalo EDP, o escândalo das fundações, institutos, observatórios, e ainda o descalabro das PPP... Os escândalos dos colégios privados, da saúde privada, da justiça privada, da Assembleia da República privada, ou de um presidente que consente.
E mesmo que por alguma razão, tenham que tocar nestes assuntos, é sempre com ligeireza, nada de valorizar os assuntos e muito menos de especificar culpados. São coisas da vida, nada demais... acontece, mas já passa...

A palavra corrupção é tabu para estes comentadores, serventes do sistema corrupto. Por outro lado temos aqueles que veementemente abominam e denunciam sem pudores os corruptos e a corrupção; Paulo Morais, Marinho Pinto, Medina Carreira; Gomes Ferreira e Caiado Guerreiro, demonstrando que não servem os corruptos.

Alguns dados sobre os comentadores e seus efeitos
"O império dos comentadores onde quem manda são os políticos
Se aos quatro canais generalistas se juntarem os canais de informação portugueses no cabo (RTP Informação, SIC Notícias e TVI24), é possível assistir a 69 horas de comentário político por semana. O equivalente a quase três dias completos em frente à televisão. Marcelo Rebelo de Sousa, José Sócrates e Marques Mendes são alguns dos rostos mais conhecidos de uma lista de, pelo menos, 97 comentadores com presença semanal na televisão portuguesa. Destes, 60 são, ou já foram, políticos.
As motivações para estes políticos se dedicarem à televisão não estará só na exposição mediática. Financeiramente, a actividade parece ser lucrativa. Rebelo de Sousa, líder nas audiências entre todos os comentadores, confirmou ao Correio da Manhã receber dez mil euros por mês pelo seu comentário semanal na TVI. 
Marques Mendes, antes de sair da TVI24, terá recusado uma oferta de sete mil euros e, alegadamente, ter-se-á transferido para a SIC por ter recebido uma proposta melhor, segundo noticiou a CorreioTv em Março.
José Sócrates, apesar de ter afirmado publicamente que não iria auferir nenhum tipo de remuneração pelo comentário, terá, segundo a mesma publicação, as despesas de deslocação entre Paris e Lisboa pagas pela RTP. Por seu lado, a antiga ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, alegadamente terá um ordenado que ronda os cinco mil euros pelo espaço de comentário semanal que tem na TVI24.

Se se comparar a distribuição das "camisolas" dos comentadores com a representação dos partidos no Parlamento, a diferença não é muita. Em primeiro lugar surgem os comentadores ligados ao PSD - o partido com mais figuras na TV -, seguidos pelos do PS e, no último lugar do pódio, os comentadores do CDS-PP. (...)
O politólogo José Adelino Maltez caracteriza este "grupo muito específico" como "políticos que fazem intervenção política chamando-lhe comentário". O director de informação da SIC, Alcides Vieira, contra-argumenta que a maior parte dos comentadores são políticos que já não estão no activo, não sendo assim "porta-vozes dos partidos".
Por seu lado, Felisbela Lopes, professora e investigadora de Comunicação na Universidade do Minho, vinca um outro ponto: a pouca rotatividade dos comentadores. Ironizando que na "confraria dos convidados o que custa é chegar a confrade".

"O nosso sistema político e partidário criou esta função do ex-político no activo que é comentador", afirma o antigo director da RTP2 Manuel Falcão. Por isso, acrescenta, o facto de haver políticos que vão todas as semanas às televisões comentar outros políticos tornou-se normal.
O predomínio de políticos comentadores na televisão portuguesa é um fenómeno "relativamente singular nas democracias da Europa ocidental", sustenta o politólogo e historiador António Costa Pinto.
Como possíveis justificações para esta particularidade, a investigadora de Comunicação Política e especialista no tema em análise, Rita Figueiras, avança duas hipóteses: por um lado, o facto de Portugal ter uma democracia ainda recente; por outro, e como consequência, "por o jornalismo ter estado muitos anos sob a alçada do poder político".
De qualquer forma, Rita Figueiras vinca que a presença de políticos comentadores é uma aposta ganha para as televisões, defendendo que "os media sabem que resulta a nível de audiências".

No entanto, o director de Informação da RTP, Paulo Ferreira, recusa-se a "transformar as audiências dos comentadores num concurso". E acrescenta que o mais importante é que os comentadores tenham uma opinião "que marque a agenda".
Esta capacidade determina muitas vezes a escolha dos comentadores, mas a capacidade de dar notícias em primeira mão é apenas um dos muitos "pré-requisitos" para chegar aos palcos televisivos. Marques Mendes tem sido um exemplo do comentador que faz manchetes, revelando notícias que os jornalistas da própria estação - antes a TVI24, agora a SIC - desconhecem.
O director da SIC Notícias, António José Teixeira, revela algumas das características que considera essenciais para se ser comentador. "Escolhemos pessoas livres que estejam em condições de pensar pela própria cabeça e que não sejam apenas correias de transmissão dos partidos."

Paulo Ferreira acrescenta a necessária facilidade de comunicar em televisão e transmitir um pensamento de forma estruturada. O director de informação da RTP destaca ainda a "capacidade analítica e opinativa" e o "conhecimento do processo político" que os comentadores precisam de ter para chegar aos ecrãs.
Habituado a tratar da imagem de políticos e de assessorar campanhas eleitorais, António Cunha Vaz, dono da agência de comunicação Cunha Vaz & Associados, considera que os políticos têm uma mais-valia enquanto comentadores "porque sabem do que estão a falar". Desvaloriza as recentes polémicas em torno dos políticos escolhidos pelas televisões, referindo-se à contratação de José Sócrates pela RTP, e defende que "as direcções de Informação devem ser livres de escolher quem querem para comentar".
(...) António Costa Pinto realça que este núcleo, que "flutua no espaço mediático", fá-lo "numa estrutura de oportunidade política". Ou seja, ensaiam nos palcos televisivos uma possível reintegração em cargos partidários. Para este politólogo, o papel de comentador garante a continuidade da influência nos partidos e, ironiza, "eles não estão lá porque querem ser comentadores". 
Utilizando a televisão como rampa de lançamento para novos cargos políticos ou fazendo do comentário uma arma pro bono, fica por apurar o contributo para o esclarecimento da população.

Estamos a debater melhor?
(...) Na mesma linha de pensamento, Rita Figueiras considera que os comentadores não estão a ser capazes de "gerar conhecimento" porque "há um grande efeito de eco" e não uma verdadeira pluralidade de ângulos. Para a investigadora, o esclarecimento público não é maior porque os comentadores utilizam o espaço televisivo como uma extensão da vida partidária, deslocando "o Parlamento para a televisão".
(...) As horas de comentário político podem ser muitas e os comentadores ainda mais. Porém, investigadores e politólogos partilham de um certo desânimo por considerarem que os comentadores não estão a contribuir para um aumento da consciência política dos portugueses.
"Devíamos estar noutro estado de consciência política", frisa Paquete de Oliveira. "O que é preciso não é pôr outros a pensar pelas pessoas, é dar-lhes dados para poderem pensar", realça Manuel Falcão. (...)" fonte

Audiências: Marcelo é líder indiscutível, Sócrates revela-se desilusão
Marcelo Rebelo de Sousa é o comentador que mais se esforça para que a farsa mantenha bom aspecto, para que não se percam as estribeiras, para que se respeitem mesmo os mais descarados criminosos, para que nada se transforme.
O exemplo mais recente foi quando ele comentou a catastrófica declaração de Mário Soares, que afirmou, em tom de desafio, que Cavaco Silva deveria ser julgado no caso BPN...
Marcelo Rebelo de Sousa...  disse que Mário Soares estava a colocar em causa e instituição da presidência e da democracia!! Sem necessidade nenhuma...
Jamais se dignou a comentar que o que coloca verdadeiramente em causa a democracia e a presidência, poderia ser o que Cavaco Silva é, ou fez. Que o que põe em causa a democracia é o povo saber que há criminosos e traidores, há solta no poder... que lesaram o país e os contribuintes, mas legislaram para que isso fosse legitimo? Que o que coloca em causa a democracia é a inércia da justiça que envolve todo o descalabro democrático, e permite todo o tipo de dúvidas? O video

Mas os números são de facto impressionantes, quanto à maquia que estes senhores levam para casa. E se não me suscita qualquer aplauso o facto de José Sócrates ter querido falar pro bono na RTP (a que título?), considero um verdadeiro escândalo que Marcelo Rebelo de Sousa ganhe 10.000 euros / mês (mais do que 20 salários mínimos por pouco mais de meia hora por semana a dizer umas lérias), Manuela Ferreira Leite metade disso e que Marques Mendes tenha preferido passar para a SIC por esta estação ter subido a parada da TVI que só lhe propunha 7.000. Claro que estamos a falar de estações privadas, em guerras de concorrência. Mas algo de muito estranho e esquizofrénico se passa num país quando o valor de mercado destes senhores é deste calibre. Estaremos em crise, mas comentá-la compensa e recompensa – e de que maneira!




5 comentários:

  1. Caro APODRECE TUGA

    Não adianta estrebuchar .............. Portugal está em transe, vamos ao Mundial de futebol no Brasil, ponto final.

    Não adianta ...... o zé povinho gosta é de futebol, Fátima e novelas, mas ainda perdes tempo com isso.

    Estou tão farto destes, que não posso mais, pondero fechar meu blogue, e me desligar da net, mantendo só meu facebook , para os amigos manterem contato.
    Cansei mesmo !!!!!!!!
    Um abraço, e continue se tiver forças, a educar a turba do futebol, por mais 8 meses até ao mundial, não se vai falar mais nada na tv, alem de futebol.

    Ramiro Lopes Andrade

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    1. Sei que é verdade, mas não desista... os portugueses julgam-se superiores aos suecos porque o Ronaldo lhes ganhou o jogo... mas qualquer pessoa minimamente lúcida, sabe que os suecos são superiores aos portugueses, em ética, em honestidade, em economia, em estado social, em índice de desenvolvimento humano, na justiça, na sociedade, na mentalidade... mas para os tugas o importante é ganhar um jogo porque isso vai trazer menos fome para os pobres, menos corruptos para o governo, menos divida, menos juros, etc

      Na Suécia governar é um verdadeiro acto de cidadania que visa o bem comum.
      Ao contrário de Portugal em que governar é um acto que sai muito caro aos portugueses e visa quase exclusivamente o bem dos que se apoderam do governo, através das mordomias e falcatruas dos que governam.
      Em Portugal fazer parte do governo significa entrar para a elite dos ricos e poderosos do país, sem mérito ou esforço, apenas abusando de dinheiro e poder alheio e da confiança conquistada com demagogias falsas.
      Neste video constatamos que realmente não somos governados mas abusados.
      Na Suécia não existe residência oficial para os altos cargos, apenas para o Primeiro Ministro.
      Deputados e vereadores de câmara não recebem salário nem tem direito a gabinete.
      Trabalham a partir de casa, e sem salário apenas com uma bonificação simbólica para representar os cidadãos.
      Um deputado ganha apenas o dobro de um salário de professor. Não tem gabinete nem subsídios de residência ou deslocação, e usa a sede do partido para reuniões ou a biblioteca pública.
      Na Suécia não existe a imunidade politica.
      Não existem motoristas, acessores, e quando precisam de ficar na capital partilham apartamentos pequenos e despedidos de qualquer luxo.
      A corrupção é quase nula.


      ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/2012/03/vergonha-do-oportunismo-e-falta-de.html#ixzz2lBPQuON1

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  2. Eu gosto de futebol, mas mete-me nojo que o futebol, seja a coisa mais importante. o que a Zita diz tem razão. Eu tinha orgulho de ser Português se Portugal me desse motivo de orgulho para tal como ter uma boa economia, haver pouca ou nenhuma pobreza. Mas alguém enche a barriga com a Cristiana Ronaldete ou o Meirinho eu pessoalmente não me tiram a fome. E hoje é dia 20 de Novembro e ainda não recebi o mês de Outubro. Trabalhar e passar mal é isto que os políticos corruptos desejam. Mas o importante é Portugal esta no Brasil.

    Triste mentalidade dos tugas, que não abram a pestana.

    Fernando

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    1. Ontem houve futebol.

      O país, depois de duas horas suspenso nos écrans das televisões, festeja os golos de Cristiano Ronaldo.

      Portugal apurou-se, dizem, e os sorrisos e as conversas dão tréguas à amaldiçoada crise.

      Os portugueses ganham, por frágeis momentos, a ilusão de um Brasil tropical onde apenas alguns poderão ir ver o futebol e onde, outros milhares, sonham com o trabalho e o emprego que o seu país lhes nega.
      À hora marcada, no inicio do jogo, cantam – se os hinos. O nacional Português, com alguns dos jogadores de boca cerrada, teve ontem para mim um sabor amargo.

      Calaram a voz da Vera.

      A Vera Guita é uma jovem professora portuguesa emigrada na Suécia há dois anos.

      Entre outros atributos a Vera é cantora e uma das mais belas vozes que tem dado ao Coral de São Domingos, de Montemor-o-Novo, prestigio e o reconhecimento aquém e além-fronteiras.

      A Vera foi convidada pela Federação de Futebol Sueca para cantar o Hino Nacional Português.

      Já no estádio, pronta para ensaiar com a sua magnífica voz, que decerto iria encantar milhões pelo mundo, um grupo de grunhos dirigentes da federação portuguesa não aceitou a sugestão que era uma gentileza e cortesia da Suécia para com Portugal.

      A Vera foi impedida de cantar o seu Hino.

      Um grupo de gente que vive do dinheiro dos nossos impostos, impediu uma jovem portuguesa emigrada de fazer aquilo de que mais gosta – cantar.

      Cantar dali, daquele palco da vida, para todos os portugueses no mundo.

      Ontem esta gentalha de dirigentes do futebol matou mais um sonho desta jovem e prestou um péssimo serviço ao país.

      Ontem pensei em toda uma geração de jovens portugueses, nos filhos dos amigos e nos familiares de todos, um pouco espalhados por todo o mundo, que deixaram Portugal para trabalhar.

      Há mais de vinte anos a Vera Guita foi minha aluna.

      Ontem senti que não podemos calar a voz de ninguém em nome de uma turba de burgessos que vivem na sombra do sonho, do trabalho e do sofrimento dos outros.

      Ontem estes “senhores” fizeram-me sentir que Portugal é, ainda, um país adiado.

      Continuação de Boa semana

      Silvino Barata Alhinho

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  3. A expansão do conhecimento(caminho das pedras) que aqui com vanatgem de cidadania se vai fazendo ajuda a que se perceba, mesmo sem instruçoes porque o Marcelo e o Costa por lá andam a espalhar o charme (presidencias oblige) e os outros a falar barato (caro?) mas sempre com o trunfo escondido na manga-que acaba por ser um jogo interpretar/descobrir. Mesmo assim devemos-defendo eu, ter em conta que a TV tem um custo/hora e se o palhaço trabalhar e der lucro/audiençia é bom negocio (é para isso que se tem a TV). Claro que nós somos levados a julgar que elas devem formar,mas temos que ser realistas quando o patrão pensa primeiro no carcalhol. Outro aspecto que chamo aqui é para a aceitação que já vamos tendo das opiniões contrarias á nossa com urbanidade -e as posições tomadas com moderação pelos palradores de serviço e programas como os ProseContra ajudam a "criar" o habito da urbanidade na politica.Certo que são por vezes acepticos e inocuos demais mas pensem em como a vida se torna insuportavel no Egipto ou na Grecia e se virmos bem a corrupção e ineficiencia continua na mesma(ou pior) apesar das posiçoes ferozes de muitos-alias muito apelativas por cá para muitos ultimamente.O concelho que dou é levarem uns cestos de paralelipipedos, um bilhete nas lowcost e t~em divertimento todos os dias em Atenas ou noCairo; e assim sé estrrgam uma casa.Por cá é defender todos os dias que estes eleitores empedernidos abram a porra dos neuronios com dados concretoscomo felizmente aqui noblog se faz até a exaustão.E acreditar que os resultado demorammas aparecem (alguns amigos meus já começaram a colaborar tambem e antigamente nãoligavam nada)

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Olá caro leitor, obrigada por comentar... sei que apetece insultar os corruptos, mas não é permitido. Já não podemos odiar quem nos apetece... (enfim) Insultem, mas com suavidade.
Incentivos ao ódio, à violência, ao racismo, etc serão apagados, pois o Google não permite.