NOVA RIQUEZA MUNDIAL COBIÇADA À LÍBIA. Assassinato consentido?


Pessoas que pensam que a intervenção do Ocidente na Líbia seja apenas para roubar petróleo estão enganadas. De um modo geral, para a Grã-Bretanha a intervenção militar é principalmente reviver o colonialismo de outrora na África, para a Itália é o seu gás natural, para a França a sua água e para os EUA a sua falsa luta contra o terrorismo e conquista de contratos para reconstrução. Disseminação da democracia para salvar o povo de Benghazi foi apenas uma mentira para enganar os povos e tentar justificar a guerra de agressão.
Não esqueçamos, o bombardeio da OTAN começou porque o Sr. Kadafi "ameaçou fazer em Benghazi" o que a OTAN está fazendo na Líbia há seis meses.
Então, o que torna a Líbia tão importante para o Ocidente? Dado que a Líbia está localizada sobre o cruzamento estratégico dos mundos do Mediterrâneo, Africano, e árabes, o controle da nação, sempre foi uma forma extremamente eficaz de projetar poder para estas três regiões e além.
Desde tempos imemoriais o controle ocidental sobre a Líbia tem sido de grande importância. Após a independência da Líbia em 1951, EUA, Inglaterra e França perderam suas bases militares naquele país, e também o comércio, até que as exportações de petróleo da Líbia começou a fluir em 1961.
Hoje em dia, o interesse de Sarkozy na Líbia encontra-se em uma mercadoria mais preciosa do que petróleo, nomeadamente a água. É cada vez mais aceite que a água promete ser para o século 21 o que o petróleo foi no século 20: o bem precioso que determina a riqueza das nações.
Ao contrário do petróleo, não há substitutos, alternativas ou tapa-buracos para a água. A natureza decretou que o abastecimento de água é fixo. Entretanto, a procura aumenta inexoravelmente à medida que aumenta a população mundial e ela se enriquece. Crescimento populacional, alterações climáticas, a poluição, a urbanização e o rápido desenvolvimento das indústrias transformadoras são implacavelmente combinandas nessa exigência que, revelam estudos técnicos, a água doce ultrapassará a oferta em 40 por cento até 2040.
A Líbia senta-se em um recurso mais valioso que o petróleo, o Aqüífero Arenito Núbia, que é um mar imensamente vasto subterrâneo de água doce. O líder Muamar Kadafi, de forma inteligente, investiu US$ 25 bilhões no Grande Green River Project, um complexo de 4.000 km de manilhas gigantescas transportando água enterrada sob o deserto que poderia transportar dois milhões de metros cúbicos de água por dia.
A mega-empresa francesa Global controla hoje cerca de 45 por cento da água do Canal de Suez, Ondeo e Saur, e está investindo pesado para privatizar a água em diversos países. Para esta empresa francesa, a Líbia vai ser uma pechincha. Não é de admirar que o jornal Le Monde e a mídia francesa tenham elogiado o presidente Sarkozy por sua guerra contra a Líbia.
No ano passado, a CIA concluiu um estudo estratégicomundial sobre “Guerra Hidrológica”, mapeando rios, lagos, aqüíferos, transformando-os em ativos de segurança nacional a ser disputada por diversas nações. Esse mapeamento teria a proteção do imperialismo norte-americano e a mudança do regime de governo na Líbia é parte, ou o primeiro exemplo dessa importante guerra hidrológica. na Líbia é o primeiro exemplo importante dessa guerra hidrológica.
Com os despojos de guerra da Líbia, a água ficou a cargo de Sarkozy e as armas a cargo de Cameron. A reconstrução era comandada pelos States.
A questão do Ocidente vender armas a regimes suprimindo revoltas permanece como deliberadamente ignorado enquanto crime de guerra americano. Mesmo com o The Times of London publicando que a Inglaterra teve um aumento de 30 por cento nas vendas de armas a regimes no Oriente Médio durante a Primavera árabe, a ONU não se manifesta e o outro fantoche chamado Tribunal Penal Internacional muito menos. Armas vendidas entre fevereiro e julho saltaram para US$ 101 milhões, o relatório do Times afirma que essas armas poderiam ser usadas para suprimir protestos domésticos. Mesmo com a Síria apresentando a prisão de mercenários financiados pela Arábia Saudita, treinados por Israel e CIA, o assunto ainda não merece a atenção da mídia.
A administração Obama é ainda a mais rica no comércio de armas controversas. Os EUA não aceitam qualquer rival nesta frente. Durante a última década os EUA têm uma média de impressionantes US$ 5,8 bilhões por ano em vendas de armas para o Oriente Médio.
Os levantamentos dos bombardeios terroristas da Otan na Líbia revelam que a grande maioria da infra-estrutura do país foi danificada, para alegria das empresas e políticos norte-americanos que serão os responsáveis pela reconstrução. Militares terroristas da Otan estão se vangloriando de destruírem 90 por cento da infraestrutura líbia. A Líbia será uma bonança para empreiteiros e negociantes de armas norte-americanas.
Mais grave ainda é o fato de que os cerca de US$ 1.1bilhão gasto pelo governo dos EUA em bombardear a Líbia é uma gota no oceano comparado com o lucro que os empreiteiros americanos terão nos próximos anos. Muitos dos quais têm fortes laços com os altos escalões das forças armadas e da administração Obama.
Em verdade, mais de 70 empresas americanas e indivíduos ganharam até US $ 8 bilhões em contratos de trabalho no pós-guerra no Iraque e no Afeganistão nos últimos dois anos, segundo um novo estudo do Centro para a Integridade Pública.
Portanto, os militares encarregados de minimizar "danos colaterais" à propriedade estão envolvidos diretamente nos lucros advindos da destruição de um país, e o conseqüente assassinato de milhares de civis indefesos. Em suma, lançar bombas em cidades e aldeias é muito rentável. Isto é capitalismo.
Revelações de correspondência entre a CIA e os rebeldes líbios demonstram, de forma embaraçosa para potências imperialistas, que os rebeldes receberam aulas de tortura dos norte-americanos para “avançar em interrogatórios de suspeitos de terrorismo”. Estas revelações são embaraçosas, mas não surpreendem. No entanto, há pouca dúvida de que um regime fantoche como esse criado na Líbia deixará de fazer o trabalho sujo dos Estados Unidos.
Por último, mas não menos importante, é o petróleo. Tanto quanto o Ocidente farisaico pode fingir o contrário, o petróleo é sem dúvida uma parte fundamental da equação. A Líbia tem as maiores reservas de petróleo na África e 85 por cento das suas exportações são para a Europa. O país explorava, até recentemente, apenas 11% de suas reservas de petróleo.
Imagens de arquivo mostram o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi beijando a mão do líder líbio no aeroporto Leonardo Da Vinci, revelando o quão importante é a Líbia para a Itália.
Na Líbia as reservas de gás natural são estimadas em mais de 52.700 bilhões de pés cúbicos, e grandes áreas do país ainda estão a ser pesquisados.
A Líbia tem um litoral de 1.800 km a poucos quilômetros da Itália e possui fronteira sul com três países. Portanto, a Líbia terá um novo regime político que irá deter o fluxo de imigrantes ilegais africanos para a Europa e manterá o fluxo de petróleo e gás vital para Roma.
Caberá ao líder Muamar Kadafi liderar a verdadeira resistência líbia contra as potências imperialistas que tem um passado de exploração e saques na África.
http://boilerdo.blogspot.com/2011/09/morte-de-libios-gera-bilhoes-para-o.html

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